03/08/2021 A Polícia Federal apura se o senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Pandemia, recebeu parte de uma propina de 4 milhões de reais paga pelo Consórcio Estaleiro Rio Tietê, em Araçatuba (SP), em um contrato com a Transpetro, subsidiária da Petrobras. A informação foi divulgada no site da revista Veja, nesta segunda-feira (2). A suspeita inicial era que Renan teria recebido doações eleitorais ilícitas por parte de empresas do consórcio, mas as investigações levaram a PF à pista de que o dinheiro teria sido pago a título de propina. A delegada federal Lorena Lima Nascimento enviou relatório ao ministro Edson Fachin, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), solicitando prazo maior para apuração. A policial explica no documento, segundo a revista, que a mudança no rumo do inquérito está baseada sobretudo em relatos de Sérgio Machado, ex-senador e ex-presidente da Transpetro, indicado e mantido no cargo por mais de 11 anos pelo “padrinho” Renan e o “MDB do Senado”, liderado pelo político alagoano. Renan e Sérgio Machado Presidente da subsidiária da Petrobras de 2003 a 2015, Machado fechou acordo de delação premiada, em 2016, com a Procuradoria-Geral da República. Segundo Machado, após a assinatura do contrato com o Consórcio Estaleiro Rio Tietê para construção de barcaças, em 23 de novembro de 2010, ele pediu ao empresário Wilson Quintella, sócio-administrador do consórcio, em torno de 1% de propina sobre o acerto. O valor equivalia a cerca de 4 milhões de reais e foi pago em espécie, de acordo com o delator Sérgio Machado, que “justificou” o pedido alegando a necessidade de “apoio financeiro” das empresas para que ele mantivesse o “apoio institucional” dos políticos na presidência da estatal, entre eles Renan Calheiros. Modus operandi do esquema Em depoimento, Wilson Quintella relatou pedidos de Sérgio Machado de pagamentos de “contribuição”, “doação” ou “apoio político” e a operacionalização dos repasses ficou a cargo de um homem chamado Antonio Kanji. O empresário disse não ter conhecimento sobre como os pagamentos eram feitos. Redação com Veja,Diário do Poder |