27/10/2021 A crise econômica impulsionada pela pandemia de Covid-19 tem gerado um aumento no fluxo migratório irregular de latino-americanos para os EUA. A jornada pelo deserto mexicano e os riscos de contratar o serviço de atravessadores, no entanto, faz muitas vezes o sonho americano terminar bem longe da fronteira. “A migração irregular é um negócio muito lucrativo para grupos criminosos e extremamente lucrativo para o crime organizado”, explica o professor de Relações Internacionais da PUC-SP e especialista em América Latina, Arthur Murta. As pessoas que se aventuram em deixar seu país de origem para entrar no território norte-americano ilegalmente correm muitos riscos. O professor da PUC ressalta que não é incomum os relatos de vítimas de sequestro e de estupros praticados por 'coiotes', pessoas que são contratadas para fazer a travessia do deserto. Uma das questões cruciais da travessia é a entrada nos Estados Unidos pelo Rio Grande, fronteira natural do país com o México. No trecho, patrulhas norte-americanas atuam para que grupos de migrantes sejam dispersos, nesse processo, muitas pessoas se perdem no deserto. O órgão de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos revelou que, de outubro de 2020 a agosto deste ano, 46.410 brasileiros foram detidos tentando entrar de forma ilegal no país. O número é seis vezes maior em relação ao período entre outubro de 2019 e setembro de 2020, quando 7.161 brasileiros foram detidos. Anteriormente, o auge havia ocorrido em 2019, período em que cerca de 18 mil pessoas partiram do Brasil rumo aos EUA. Ainda que esse número seja expressivo, os brasileiros ocupam a sexta posição entre as nacionalidades mais detidas ao tentar entrar irregularmente em território norte-americano. Redação com R-7 / Imagem: Reprodução Youtube |