16/12/2021

Projeto que flexibiliza porte de armas tem votação adiada na CCJ do Senado Projeto que flexibiliza porte de armas tem votação adiada na CCJ do Senado





Um pedido coletivo de vista na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal adiou a análise do projeto que flexibiliza porte de armas para caçadores, atiradores e colecionadores. A matéria, que passou pela Câmara em 2019, é de autoria do governo Bolsonaro e altera o Estatuto do Desarmamento. Atualmente, apenas militares, policiais e guardas prisionais podem utilizar o equipamento fora de casa. A posse, ao contrário, autoriza que a arma seja mantida em ambientes fechados, como residências. Já o projeto de lei passa a garantir o porte aos CACs (caçadores, atiradores e colecionadores, registrados no Exército).

O relator, Marcos do Val (Podemos-ES), ressalta que a matéria visa disciplinar os decretos do presidente Jair Bolsonaro (PL): “As pessoas estão entendendo que aquele acervo que os atiradores têm, ele pode deixar municiada, os armamentos pesados preparados e sair armados pelas ruas, não, ele precisa, por lei, separar arma, carregador e munições. E pode somente portar uma arma curta de calibre permitido. Hoje, o decreto permite no mínimo 60 armas que um CAC pode ter. O projeto apresenta no mínimo 16, então, se a gente permanece com os decretos, vai estar valendo ainda as pessoas comprarem no mínimo 60 armas”. Para Marcos do Val, é necessário dar segurança jurídica e evitar possíveis decisões monocráticas do Supremo Tribunal Federal (STF) contra armas.

O senador Rogério Carvalho (PT-SE) defende mais tempo para discutir as mudanças. “Se nós tivermos a oportunidade de debater… ‘mas vai voltar para a Câmara’, não tem problema. É um tema que é preciso que tenha as digitais dos senadores e das senadoras. A gente precisa aprofundar, até porque a gente pode trazer um equilíbrio federativo, da compreensão dos diversos estados, é para isso que a gente existe, enquanto Casa revisora, e poder dar a nossa opinião sobre o tema”, disse.

Em meio a manifestações de senadores, o presidente da CCJ afirmou que gostaria de ter votado o projeto nesta quarta-feira, 15. Davi Alcolumbre (DEM-AP) reitera que, apesar dos acordos, avisou que iria cumprir o pedido de vista coletivo. “Eu não tenho como impedir a regra regimental do pedido de vista e eu já tenho na mesa, fora todos as emendas apresentadas, e eu tenho que seguir o procedimento regimental, eu não tenho como devolver os requerimentos que foram apresentados sobre o pedido de vista”, explicou. Alcolumbre acha possível voltar a analisar o projeto ainda neste ano na CCJ. Em caso de alterações durante a tramitação no Senado, a matéria voltará à Câmara dos Deputados.

Redação com Rádio Jovem Pan / Foto: Reprodução