15/01/2022 Passada uma semana do deslizamento de rocha em cânion que matou 10 pessoas em Capitólio, a 290 km de Belo Horizonte, a lembrança ainda é traumática para os turistas que sobreviveram à tragédia. Ana Martins da Costa, que estava em uma das lanchas atingidas com os dois filhos, o marido e amigos, conta que o grupo percebeu o deslizamento de pedras e pediu para sair do local. Segundos depois, o paredão de pedra desmoronou. "O piloto manobrou a lancha e tudo caiu. Logo em seguida, veio uma onda gigantesca, com uma água preta. Tudo foi encoberto, relata a sobrevivente. Ana e o marido, o jornalista Alexandre Campello, prestaram depoimento à Polícia Civil nesta sexta-feira (14). Na embarcação em que eles estavam, havia 14 pessoas. Todas sobreviveram, mas boa parte ficou ferida e precisou de atendimento médico. "Nessa hora eu pensei realmente que fosse morrer. Eu estava na água e vi o meu filho flutuando do meu lado e dizendo que não estava enxergando. Eu disse para ele se acalmar. Lembro-me que vi uma boia do meu lado. Enfiei o braço nela e a gente foi nadando em direção à margem", detalha Ana da Costa. Alexandre Campello conta que não foi possível ouvir os avisos dos banhistas que estavam em outras lanchas alertando o grupo para deixar o local. "Como estávamos próximos do paredão, não era possível ver as fissuras lá em cima. As lanchas que estavam mais distantes conseguiam ver a fissura. Eles começaram a gritar, mas a gente não escutava. Tinha a queda d'água, tinham as outras lanchas e tinha gente conversando dentro da lancha. Não dava para ter a dimensão. Investigação A investigação policial que tenta indicar o que levou ao deslizamento e eventuais responsabilidades ouviu ao menos 17 pessoas até o momento. Dentre elas, testemunhas, sobreviventes e prefeitos. O caso também é acompanhado pelo MPF (Ministério Público Federal) e pela Marinha. Novos depoimentos devem ser coletados nos próximos dias. As vítimas fatais: Redação com R-7 / Fotos: Reprodução Tv e Redes Sociais |