O pai da vítima, Neri Azevedo Santos, conta que o filho fazia bicos como pintor. A família mora na zona Sul de Joinville há quase 20 anos. Filho de pais religiosos, Alan frequentou a igreja evangélica por muitos anos. Quando completou 15 anos, começou a se envolver com o mundo das drogas e foi ficando cada vez mais distante da religião.
– Eu sempre dava conselhos para ele ir à igreja; de vez em quando ele aparecia. Mas, de uns meses para cá, ele nunca mais foi – lamentou o pai.
Neri ainda não se conforma que o filho tenha sido assassinado com tamanha crueldade. Ele conta que, por volta das 17 horas de quinta-feira, o filho recebeu uma ligação e depois saiu de moto dizendo que ia ao bairro Ulysses Guimarães. Como escureceu e o filho não retornou para casa, o pai passou a ligar no celular do jovem para saber onde ele estava. Por volta das 19 horas, o aparelho já se encontrava fora de área.
A cabeça do jovem foi encontrada na zona norte de Joinville.
Há tempos o pai se preocupava com o futuro de Alan e como ele ficava cada vez mais longe da igreja e perto do mundo do crime. Durante meses ele acreditou que cada ligação que recebia poderia ser uma péssima notícia sobre o filho. O medo de Neri se confirmou na última noite, quando recebeu a informação, por meio das redes sociais, de que a cabeça do jovem havia disso encontrada no bairro Vila Cubatão.
– Nós sabemos que nessa vida de droga só há dois caminhos: a morte ou a cadeia. A gente temia pela vida dele – comentou.
Os olhos cheios de lágrimas de Sebastião Santos estampam o sofrimento que a família do jovem enfrenta. Ele é avô da vítima e contou que não sabe se o jovem era envolvido com o crime organizado, já que ele não contava nada aos familiares. Mas, segundo Sebastião, não há razão suficiente para tamanha crueldade. O avô também observa que o pior momento foi encarar a bisneta, filha do jovem decapitado.
– Essa menina de seis anos aqui é filha dele, ela é muito apegada na gente. Foi criada junto na minha casa e agora ficou sem o pai – completou o senhor.
A família aguarda a Polícia Civil localizar o corpo para poder enterrar Alan.
Redação com DC online