09/04/2022

Governo tenta barrar instalação da CPI do MEC Governo tenta barrar instalação da CPI do MEC





Com o crescimento das pressões por uma investigação no Congresso e o temor do desgaste durante a campanha eleitoral, o governo de Jair Bolsonaro montou uma força-tarefa comandada pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, para barrar a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigue suspeitas de corrupção no Ministério da Educação (MEC). A estratégia do Palácio do Planalto é a de convencer senadores a retirar o apoio antes de o requerimento para a criação do colegiado ser protocolado. Ontem, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), autor do pedido da CPI, disse ter reunido as 27 assinaturas necessárias. Governistas, por sua vez, afirmaram que ao menos três já haviam desistido.

A senadora Rose de Freitas (MDB-ES) denunciou ontem uma fraude na coleta de assinaturas para instalação da CPI. “Não assinei a CPI e no entanto meu nome constava no rol de assinaturas da CPI”, disse.

A senadora pediu que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-DEM), que investigue a situação com a seriedade devida. Pacheco determinou a “apuração das circunstâncias do fato” e disse que pode rever os procedimentos.

A interlocutores, o presidente da Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), já relatou que não pretende dar aval à iniciativa, para evitar que a Casa se transforme em ringue eleitoral. Na CPI da Covid, porém, apesar de ele ter protelado o pedido, o Supremo Tribunal Federal (STF) ordenou que o colegiado fosse autorizado. Por isso, o governo tenta “matar” a iniciativa na origem, impedindo que Randolfe consiga reunir o apoio necessário.

Redação com Sistema Globo-DP / Foto: Agência Senado