24/09/2017

Deputados reiniciam negociações para livrar Temer de mais uma denúncia Deputados reiniciam negociações para livrar Temer de mais uma denúncia




Após o Supremo Tribunal Federal (STF) aprovar ontem, por 10 votos a 1, o encaminhamento da denúncia contra o presidente Michel Temer à Câmara  o  governo sabe que terá de recomeçar toda a negociação com a base aliada e prepara-se para ouvir pedidos de cargos e emendas parlamentares. Hoje será anunciada a liberação de R$ 10 bilhões para os ministérios destravarem a agenda de investimentos, o que irrigará o discurso dos deputados junto aos respectivos eleitores.


Para garantir a rejeição da primeira denúncia por corrupção passiva contra o peemedebista — a atual acusa o presidente de organização criminosa e obstrução de Justiça —, Temer foi obrigado a redesenhar os espaços no segundo e terceiro escalões do governo. Primeiro para garantir os votos para encerrar o caso, depois para premiar os parlamentares fieis.

Na época, um dos parlamentares que ajudaram o Planalto a rearranjar as forças foi o vice-líder do governo Beto Mansur (PRB-SP). Ele resumiu o cenário da seguinte maneira: “Não vamos impedir ninguém de entrar no prédio. Mas os aliados vão de elevador, os demais vão de escada”. Um integrante da base reconheceu que essa metáfora está posta novamente. “Não se iluda: deputado sempre vai querer um cargo a mais”, avisou um governista.

A dúvida é se o atual ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, terá forças políticas para conduzir esse processo. No dia em que a primeira denúncia foi votada, ele desincompatibilizou-se do cargo e foi ao plenário da Câmara de planilha em punho. De lá para cá, o Centrão pediu a cabeça dele e o vice-presidente da Casa, Fábio Ramalho (PMDB-MG), chamou-o de “seu m...” após não conseguir ser recebido em audiência no Planalto. “É claro que Imbassahy terá força. Afinal, ele é o portador da caneta-tinteiro do presidente”, disse um interlocutor do governo.
Redação com Agências