31/12/2022 O presidente Jair Bolsonaro (PL) encerra seu mandato com sua gestão aprovada e reprovada de forma semelhante: 39% dos brasileiros dizem que ele fez um governo bom ou ótimo, enquanto 37% o percebem como ruim ou péssimo. Consideram sua administração regular 24%, e não opinaram 1%, segundo aferiu o Datafolha. Em pesquisa realizada nos dias 19 e 20, o instituto ouviu 2.026 eleitores em 126 cidades. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou menos. O resultado de Bolsonaro é o pior de um presidente eleito para seu primeiro mandato desde a volta da democracia ao país, em 1.985. O mandatário perdeu a eleição em outubro para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e até hoje não reconheceu abertamente o resultado. Comparando No fim de 1.998, já reeleito, Fernando Henrique Cardoso (PSDB) marcava uma aprovação de 35% e uma reprovação de 25%, com 37% o considerando regular. Nos estertores de 2.006, já tendo vencido sua reeleição, Lula tinha 52% de ótimo/bom, 14% de ruim/péssimo e 34% de regular. Dilma Rousseff (PT), por sua vez, era aprovada por 42%, reprovada por 14% e vista como regular por 34% no fim de 2.014 —ela acabaria impedida no meio de seu segundo mandato, em 2.016. Não entram na comparação direta campeões de popularidade ou impopularidade. No primeiro quesito, vence Lula ao fim do segundo mandato em 2.010, com 83% de aprovação. No segundo, Fernando Collor antes de perder a cadeira no impeachment de 1.992, com 68% de insatisfeitos. Ao longo de seu tumultuado mandato, pontuado por crises políticas, retórica golpista e a pandemia da Covid-19, Bolsonaro tinha tido o ápice de aprovação no segundo semestre de 2.020 —quando os efeitos do auxílio emergencial devido à crise sanitária foram intensos entre o eleitorado mais pobre. Nas medições de junho e de dezembro daquele ano, Bolsonaro teve 37% de aprovação. Agora, voltou ao nível e o ultrapassou numericamente, cortesia do processo eleitoral em que acabou apenas a 2 milhões de votos de Lula —essa avaliação final agora, aliás, empata com a registrada às vésperas do segundo turno. Já seu pior momento foi extenso, tendo o auge em dezembro de 2.021, antes do início da campanha eleitoral. Há um ano, 53% consideravam o governo ruim ou péssimo, repetindo uma aferição do setembro anterior. Ali, a turbulência já havia encontrado a apoplexia das manifestações de Bolsonaro no 7 de Setembro, o coração do governo havia sido entregue ao centrão para evitar um colapso político e o governo não se acertava acerca dos benefícios que acabariam condensados no Auxílio Brasil. Ao fim de seu governo, Bolsonaro entrega um país melhor na opinião de 39%, o mesmo índice daqueles que o aprovam. De forma similar, 36% dizem que os quatro anos do presidente legaram um Brasil piorado, enquanto 24% veem tudo igual. Não opinaram 1%. Lula, que volta agora ao poder, encerrou seu primeiro mandato em 2.006 com 84% dos brasileiros acreditando que seu governo havia deixado um país melhor e 12%, um pior. Redação com Ag. Folha / Imagem: Reprodução Ag. Brasil |