01/01/2023 Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assume seu terceiro mandato como presidente da República neste domingo (1º), 20 anos depois de ter subido a rampa do Palácio do Planalto pela primeira vez, com o desafio de construir no Congresso uma frente ampla que lhe garanta governabilidade pelos próximos quatro anos. Eleito em 30 de novembro, no segundo turno, com 50,9% dos votos válidos contra 49,1% de Jair Bolsonaro (PL), uma diferença de 2,1 milhões de votos, o petista chega ao posto máximo do Poder Executivo diante de um país dividido. Embora tenha entregado 16 de seus 37 ministérios a outros partidos, sendo nove deles a MDB, União Brasil e PSD, siglas de centro que não o apoiaram na eleição, o terceiro governo Lula ainda não tem uma base de apoio sólida no Legislativo. As negociações para a formação da Esplanada dos Ministérios, consideradas “atabalhoadas” até mesmo por parte do PT, se encerram na quinta-feira (29), minutos antes de o presidente eleito anunciar no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), sede da equipe de transição, o desenho final de seu governo. Nos bastidores, integrantes da cúpula do PT admitem que a fotografia do primeiro escalão “não foi a ideal”, mas dizem que, diante do cenário, “foi a imagem possível”. A avaliação dessa ala do partido leva em conta, especialmente, o acordo com o União Brasil. Mudanças futuras À CNN, experimentados políticos fizeram projeções pessimistas, cravando que a fotografia da Esplanada do terceiro governo Lula dura, no máximo, seis meses. “O governo montou o ministério, agora tem que se mexer para montar a base no Congresso”, disse um deles, em caráter reservado. Essas lideranças também preveem problemas na relação com o MDB da Câmara, que elegeu 42 deputados, e alertam para o fato de o PT não ter acomodado no primeiro escalão siglas que estiveram oficialmente na coligação de Lula na disputa presidencial: Solidariedade, Avante e PV. Reviravolta política Apesar da extensa lista de desafios a serem enfrentados a partir deste 1º de janeiro de 2.023, Lula volta ao comando do Palácio do Planalto aos 77 anos, cinco depois de ter sido preso pela Operação Lava Jato. O petista ficou 19 meses, ou 580 dias, mais especificamente, detido na Superintendência da Polícia Federal do Paraná, em Curitiba. Nesse cenário, o retorno à Presidência da República é tratado por aliados do petista como uma espécie de redenção pessoal de Lula. Redação com CNN-Brasil / Imagem: Reprodução divulgação PT |