16/10/2017

Escândalos de corrupção fazem eleitorado buscar candidatos de centro Escândalos de corrupção fazem eleitorado buscar candidatos de centro




Intensificado pelas revelações feitas pela Operação Lava-Jato ao longo dos últimos três anos, o desgaste da tradicional polarização entre as ideias de esquerda e de direita no país tem permitido um fenômeno que pode ter reflexos diretos no processo eleitoral de 2018: o crescimento do centro no espectro político-ideológico brasileiro. Visto muitas vezes como a opção de eleitores que ainda estão “em cima do muro”, o grupo vem ganhando cada vez mais novos seguidores e, dependendo de como as legendas vão reagir a esse cenário, poderá ter mais peso nos rumos políticos do Brasil.


“O debate no Brasil está muito polarizado. Há uma discussão contínua entre direita e esquerda: acusações, um certo desgaste trazido pelas investigações e pela desilusão com ambos os espectros do sistema político”, analisa o cientista político Paulo Calmon, diretor do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília (UnB). “Pode ser que as pessoas estejam dizendo: ‘sou de centro porque não acredito nem numa ideologia, nem na outra’”, acrescenta.


O especialista identifica no eleitorado centrista um perfil mais pragmático, resultado de uma “desilusão” do brasileiro com as ideologias políticas e, em última instância, com a própria política. O cientista político Ricardo Ismael, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), também vê no alinhamento ao centro um caráter mais objetivo. “O eleitor de centro está preocupado com desemprego, saúde, educação, transporte, moradia. O centro tende a se afastar dessa disputa ideológica e adota outros critérios para definição do seu voto”, argumenta.


Redação com CB