17/02/2023 O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu em entrevista nesta quinta-feira à CNN que o ex-ministro José Dirceu “é um agente e militante político da maior qualidade” e não tem que “andar escondido”, ao se referir à participação de Dirceu no evento de aniversário do PT. — Ninguém pode ser penalizado a vida inteira. Ninguém pode ser na política criminalizado de forma perpétua. O José Dirceu é um agente político, um militante político, da maior qualidade. Ele está voltando a participar (dos eventos do PT) — disse o petista à emissora. Chefe da Casa Civil na primeira gestão de Lula, José Dirceu foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no caso do mensalão e também foi alvo da Operação Lava-Jato. No aniversário de 43 anos do PT, comemorado na segunda-feira, Lula agradeceu a José Dirceu, que ocupou um assento ao fundo no palco. Durante o evento, o ministro mais poderoso da primeira gestão de Lula, em 2.003, foi assediado por militantes que fizeram fila para cumprimentá-lo e para fazer foto com ele. — Companheiros e companheiras, eu quero agradecer cada um de vocês, mulheres e homens. Companheiro José Dirceu, agradecer a você porque eu sei o quanto você foi solidário ao que eu passei. Quero agradecer a todos os presidentes do partido e aqui estou vendo a Gleisi e o Rui Falcão, José Dirceu e eu mesmo já fui presidente [do partido] — disse. A influência de José Dirceu no PT ficou evidente também com a nomeação do filho dele, o deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR), como líder do partido na Câmara. A escolha por Zeca Dirceu para a liderança do partido chegou a ser vista internamente como uma forma de contemplar o ex-ministro. O petista ficou de fora da composição dos principais cargos no novo governo e nem sequer esteve entre os convidados para a cerimônia de posse. Na entrevista à CNN, Lula afirmou ainda que o PT deve construir outra narrativa e foi “massacrado” nos últimos anos. — Casualmente, eu vi o Zé Dirceu lá sentado até meio escondidinho. Eu acho que não tem que andar escondido. Tem que colocar a cara para fora. A gente tem que brigar para construir outra narrativa na sociedade brasileira. Nenhum partido foi mais massacrado que o PT — declarou. O presidente também falou que ministros terão “presunção de inocência” em seu governo ao ser questionado qual seria a linha de corte para demitir ministros: — Na hora que houver denúncia, vamos ver internamente através da CGU (Controladoria-Geral da União) a investigação para ver se há procedência na denúncia. Se tiver procedência, o ministro será afastado. Se segundo a CGU não tiver procedência, a gente vai dizer que não tem procedência. Esse é o melhor jeito de governar esse país. Redação com jornal O Globo / Foto: Reprodução redes sociais |