25/03/2023 O ex-piloto de Fórmula 1 Nelson Piquet, defensor declarado do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi condenado em primeira instância a pagar uma indenização de 5 milhões de reais por racismo e homofobia. A decisão foi proferida pela 20ª Vara Cível de Brasília nesta sexta-feira (24). Cabe recurso da decisão. A ação foi impetrada pelas entidades Aliança Nacional LGBTI, Associação Brasileira de Famílias Homotransafetivas, Centro Santo Dias de Direitos Humanos da Arquidiocese de SP e Francisco de Assis: Educação, cidadania e direitos humanos. As entidades alegaram que o ex-piloto utilizou um termo racista para se referir ao piloto britânico Lewis Hamilton ao comentar sobre o acidente com o holandês Max Verstappen na competição de 2.021. Piquet culpa Hamilton pelo acidente e compara com um episódio envolvendo Ayrton Senna em 1.990, afirmando que o brasileiro fez diferente na disputa que envolveu os dois brasileiros na ocasião. O comentário de Piquet se deu em uma entrevista para o Canal Erneto, que publicou no Youtube o trecho em que o piloto se refere a Hamilton como “neguinho”. “O neguinho meteu o carro e não deixou [desviar]. O Senna não fez isso. O Senna saiu reto. O neguinho deixou o carro porque não tinha como passar dois carros naquela curva. Ele fez de sacanagem. A sorte dele foi que só o outro [Verstappen] se fudeu. Fez uma puta sacanagem”, disse o ex-competidor, que é sogro de Max Verstappen. Na decisão, o juiz Pedro Matos de Arruda afirmou que o valor da indenização se dá “no sentido de que não se deve apreciar apenas a função reparatória da responsabilidade civil, mas também (e talvez principalmente) a função punitiva, exatamente para que, como sociedade, possamos nos ver algum dia livres dos atos perniciosos que são o racismo e a homofobia”. Redação com sistema Globo / Imagem: Reprodução Ag. Brasil |