30/03/2023

Bolsonaro embarca sob gritos de apoio e crítica solitária de passageiro Bolsonaro embarca sob gritos de apoio e crítica solitária de passageiro





Jair Bolsonaro embarcou no avião da empresa Gol aplaudido por vários passageiros, que gritavam o nome do ex-presidente. Uma voz solitária contrapôs a tietagem: "Cadeia", berrou um homem.

O ex-chefe do Executivo viaja na poltrona 1A da Classe Executiva, na primeira fileira. Três assessores especiais e um ex-funcionário estão em poltronas próximas a Bolsonaro, que, no entanto, não tem ninguém imediatamente ao lado.

O voo decolou de Orlando por volta das 23h, no horário de Brasília. A expectativa é que ele pouse na capital federal no início da manhã, entre às 07 e 08h.

Bolsonaro está acompanhado de três assessores no voo. O trio — Max Guilherme Machado de Moura, Sérgio Rocha Cordeiro e Marcelo Costa Câmara — faz parte da equipe do ex-presidente desde que ele despachava do Palácio do Planalto.

Max Guilherme é sargento reformado da PM do Rio e integrou as fileiras do Batalhão de Operações Especiais (Bope), a tropa de elite da corporação. Ele trabalha com Bolsonaro desde os tempos de deputado federal e é apontado como um dos assessores mais próximos do ex-chefe do Executivo.

Coronel do Exército, Câmara era o responsável, no Planalto, por uma espécie de setor de inteligência informal, que ficou conhecido como "Abin paralela". Já Cordeiro é capitão do Exército e assessor especial do ex-presidente desde 2.019.

Embarque

Depois de passar pela Imigração, Bolsonaro ficou em uma ala reservada do Plaza Premium Lounge, situada ao lado da sala de embarque do aeroporto de Orlando. No local, deu entrevista para a rede de televisão CNN.

Sergio Rocha Cordeiro, assessor especial da Presidência que é um dos três acompanhantes do ex-presidente no voo, informou que ele só falaria "ao vivo", pois não haveria "risco de distorcerem". Bolsonaro também recebeu pedidos de foto de mais eleitores e brasileiros que trabalham no aeroporto e em companhias aéreas brasileiras que voam para o aeroporto da Flórida.

Na véspera de chegar ao Brasil, Jair Bolsonaro demonstrou irritação. O motivo, segundo aliados de primeira hora do ex-presidente, é o plano de segurança imposto pela Polícia Federal, a Secretaria de Segurança do Distrito Federal e outras autoridades sobre seu retorno.


Bolsonaro sonhava com uma chegada de grande impacto, com apoiadores no saguão do aeroporto de Brasília. A decisão tomada na reunião desta terça-feira de que ele sairá por uma rota alternativa e não terá contato com populares frustrou os planos do ex-presidente. No PL, seu partido, a crítica também é latente, com parlamentares afirmando que ele já é tratado como “presidiário”.

Em conversas com aliados, Bolsonaro deixou clara a irritação e se queixou de ter que “sair pelos fundos”. Nos bastidores, coloca a imposição na conta do governo petista. O nome mais criticado é o do ministro da Justiça, Flávio Dino.

Redação com jornal O Globo / Imagens: Reprodução Tv e redes sociais