02/04/2023 O Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou nesta semana uma regra que garantia a pessoas com ensino superior o benefício de ficarem presas em celas especiais provisoriamente. Os ministros seguiram o voto do relator, Alexandre de Morares. O Artigo 295 do Código de Processo Penal (CPP) estabelece em quais condições o preso pode ficar em cela especial enquanto não for condenado definitivamente. Em 2.015, contudo, a Procuradoria Geral da República (PGR) acionou o Supremo argumentando que, no caso de presos com nível superior, a permissão para cela especial violava a Constituição, ferindo os princípios da dignidade humana e da isonomia. Ao analisar o caso, o STF atendeu ao pedido da PGR e derrubou a permissão. Mas ministros ressaltaram que presos podem ser separados, inclusive os com diploma de curso superior, para garantir a proteção da integridade física, moral ou psicológica, como prevê a lei. Em quais situações o preso tem direito a cela especial? Veja abaixo as situações em que, conforme o Código de Processo Penal, o preso tem direito a ficar em cela especial: *ministros de Estado; *governadores ou interventores, secretários, prefeitos, vereadores e chefes de polícia; *membros do Congresso Nacional e das assembleias legislativas estaduais; *cidadãos inscritos no “Livro de Mérito”; *oficiais das Forças Armadas e militares dos estados e do Distrito Federal; magistrados; *ministros de confissão religiosa; *ministros do Tribunal de Contas; *cidadãos que já tiverem exercido a função de jurado, salvo quando excluídos da lista por motivo de incapacidade para o exercício daquela função; *delegados de polícia e os guardas-civis dos estados, ativos e inativos. Prisão de advogados Em nota divulgada neste sábado (1º), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) informou que a decisão do Supremo não muda a situação de advogados presos. A Lei 8.906/94, conhecida como Estatuto da Advocacia, estabelece que advogados têm direito a uma Sala de Estado Maior se forem presos ou, se não houver essa sala, a prisão domiciliar. “A condição não é um privilégio ao advogado, mas sim uma garantia de que não haverá perseguição em eventual investigação apenas por sua atividade profissional”, afirmou em nota o presidente da OAB, Beto Simonetti. Redação com g-1 / Imagem: Reprodução divulgação STF |