18/08/2023

QUINTA-FEIRA DE FOGO - Ministro Alexandre de Moraes quebra os sigilos bancários de Jair e Michelle Bolsonaro QUINTA-FEIRA DE FOGO - Ministro Alexandre de Moraes quebra os sigilos bancários de Jair e Michelle Bolsonaro




O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, autorizou no início da noite desta quinta-feira(17) a quebra do sigilo bancário do ex-presidente Jair Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

O ministro também atendeu ao pedido da Polícia Federal de cooperação internacional para a quebra do sigilo bancário do casal nos Estados Unidos.

A investigação apura se o dinheiro da venda das joias sauditas chegou ao ex-presidente.

Mais cedo, o advogado Cezar Bittencourt, que faz a defesa de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, afirmou que seu cliente vai admitir que vendeu joias da Presidência a pedido de Bolsonaro. Além disso, Cid vai informar que passou o dinheiro para o ex-presidente.

O tenente-coronel está preso desde maio. Ele era um dos principais homens de confiança de Bolsonaro ao longo do mandato na Presidência.

As joias foram presentes dados a Bolsonaro no exercício do mandato. De acordo com o TCU, presentes dessa natureza devem ser incorporados ao acervo da União, e não podem ser vendidos como itens pessoais.

O caso das joias

Investigações da Polícia Federal mostram que joias e presentes entregues a Jair Bolsonaro no exercício do mandato de presidente começaram a ser negociados nos Estados Unidos em junho de 2.022.

Naquele mês, a equipe de Mauro Cid solicitou ao Gabinete de Documentação Histórica a lista dos relógios recebidos de presente pela Presidência até aquele ponto do mandato do então presidente.

No dia 2 de junho, outro ajudante de ordens recebeu a lista de 37 itens com os dados dos fabricantes de cada um, como solicitado por Cid.

Quatro dias depois, Cid retirou do acervo um kit de joias composto por um relógio da marca Rolex de ouro branco, um anel, abotoaduras e um rosário islâmico entregue a Bolsonaro em uma viagem oficial à Arábia Saudita em outubro de 2.019.

No dia 8 de junho daquele ano, Bolsonaro e Cid viajaram aos Estados Unidos para participar da Cúpula das Américas, em Los Angeles. Segundo a Polícia Federal, Mauro Cid levou, no voo oficial da FAB, o kit de joias.

Os investigadores afirmaram que ele não voltou para o Brasil com a comitiva e que levou as joias para a casa do pai, Mauro Cesar Lourena Cid, que ocupava, desde 2.019, um cargo no escritório da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), em Miami.

No dia 13 de junho, Mauro Cid viajou para a Pensilvânia para vender o relógio Rolex de ouro branco e outro relógio da marca Patek Philippe.

A PF localizou, a partir da análise de dados armazenados na nuvem do celular de Mauro Cid, um comprovante de depósito da loja no valor de US$ 68 mil nessa mesma data. Esse valor corresponde a 332 mil reais.

Um relatório do Coaf, enviado à CPI dos Atos do 08-JAN, apontou transações financeiras consideradas atípicas nas contas de Lourena Cid. O relatório destaca que, de fevereiro de 2.022 a maio de 2.023, ele movimentou quase 4 milhões de reais - entre valores recebidos e enviados.

Redação com CNN-Brasil e g-1 / Imagem: Reprodução divulgação PR