04/12/2017

Lava-Jato atinge 49 países e rende 340 pedidos de cooperação bilateral Lava-Jato atinge 49 países e rende 340 pedidos de cooperação bilateral




Após causar uma reviravolta no cenário político brasileiro, a Operação Lava-Jato, maior ação de combate à corrupção da história, chega a dezenas de países. Nações da Europa, das Américas, da África e da Ásia já iniciaram suas próprias investigações. Para que os trabalhos avancem nessas regiões, a colaboração do Brasil é fundamental. Devido à grandeza do esquema de corrupção, os investigadores brasileiros também contam com a parceria de agentes internacionais. Até agora, 340 pedidos de cooperação internacional foram realizados no âmbito da operação. E ações já estão em andamento em 49 nações.

Assim como no Brasil, as investigações atingem autoridades de alto escalão de governos de muitos países. O Peru virou um caso emblemático, após o ex-presidente Alejandro Toledo ter tido a prisão decretada, acusado de receber propina de US$ 23,9 milhões. Não só ele, mas todos os presidentes do país desde o ano 2000 são acusados de terem recebido propina da Construtora Odebrecht. A corrupção investigada pela Lava-Jato no país atinge também a ex-deputada Keiko Fujimori, principal líder da oposição. Alvo de uma ordem de prisão em fevereiro deste ano, Toledo vive atualmente na Califórnia, nos Estados Unidos, e não passou nem um dia na cadeia. Ele é considerado foragido.

Cerco

O ex-presidente peruano Ollanta Humala, que conduziu o país entre 2011 em 2016 foi preso em julho deste ano, acusado de lavagem de dinheiro e associação ilícita. A Justiça afirma que ele recebeu R$ 9,8 milhões em repasses ilegais. Na semana passada, o atual presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, foi acusado de ligações com pagamentos de propina. Documentos que indicam a participação dele nos atos investigados pela Lava-Jato foram entregues ao parlamento e estão sendo analisados por uma comissão criada exclusivamente para investigar pagamentos a políticos.

Acusado de corrupção,o ex-presidente do Perú Ollanta Humala 
foi preso no mês de Julho.

O procurador da República Alan Mansur, que atua no combate à corrupção eleitoral, destaca que os desdobramentos da Lava-Jato no exterior estão começando a apresentar resultados de grande relevância. “Nós temos sequências importantes da operação a nível internacional. Na América Latina, temos de destacar o Peru, que conseguiu ótimos resultados. Hoje, mais do que nunca, o dinheiro já não tem nacionalidade. É fácil levar recursos para fora, muitas vezes, sem deixar vestígio. Por isso, é necessária cooperação entre as autoridades dos países. Isso traz agilidade às investigações e fecha o cerco contra a corrupção”, afirma.
Redação com CB