06/04/2017

Festival apoiado pela Universidade Estadual da Paraíba revela novos nomes do repente nordestino. Festival apoiado pela Universidade Estadual da Paraíba revela novos nomes do repente nordestino.




A arte do improviso cantado, originada na região de Teixeira, no Sertão paraibano, já revelou inúmeros talentos do repente como Ivanildo Vila Nova, Oliveira de Panelas, Antonio Lisboa, Louro do Pajeu, Pinto do Monteiro, entre outros. Esses artistas marcaram época e fizeram do repente um dos principais gêneros artísticos do Nordeste, com suas métricas e rimas perfeitas.

Agora, uma nova geração desponta no universo do repente e o público terá a oportunidade de conhecer os novos artistas que estão difundido esta arte no próximo sábado, 8 de abril, a partir das 20h, no Teatro Municipal Severino Cabral, em Campina Grande, com a realização do 1º FENOGER – Festival da Nova Geração do Repente. O evento está sendo organizado pelo poeta popular Iponax Vila Nova e conta com apoio institucional da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).

Segundo Iponax, o festival será uma vitrine para os jovens repentistas que já são profissionais, mas precisam de espaço para divulgar sua arte e seu talento. Ao todo, 10 repentistas de seis estados nordestinos (Paraíba, Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte, Piauí e Sergipe) irão se apresentar para o público campinense. Os artistas têm entre 16 e 27 anos e formam a nova geração do canto alternado.

Para prestigiar a apresentação dos repentistas, o público pode adquirir o ingresso aos preços de R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia entrada) na Banca do Orlando, na Praça da Bandeira, ou na Secretaria do Teatro Municipal Severino Cabral.

O repente nordestino é uma das diversas formas de interpretação de canto e poesia a partir da tradição medieval dos trovadores. Seus personagens, chamados de repentistas ou cantadores, improvisam versos sobre os mais variados assuntos e se apresentam sozinho ou trocam versos com outro cantador, promovendo o chamado desafio.

O estilo é característico da região Nordeste do Brasil e praticado em especial pelos habitantes da região do sertão paraibano e pernambucano, mais especificamente na região do Pajeú e Sertão do Moxotó, Serra do Teixeira e Cariri Ocidental, onde estão as cidades de São José do Egito, Sertânia, Arcoverde, Teixeira, Princesa e Monteiro (PB). Nesta área dos dois estados surgiram praticamente todos os importantes cantadores que a tradição produziu até hoje, como Pinto do Monteiro, Louro do Pajeú, Zé Limeira, além dos lendários Nicandro Nunes da Costa, Silvino Pirauá Lima, Romão do Teixeira, Inácio da Catingueira, Agostinho Nunes da Costa e seus filhos Antônio Ugolino Nunes da Costa e Ugolino do Sabugi. Outra área importante é a do interior do Ceará, onde despontaram Patativa do Assaré e Aderaldo Ferreira de Araújo (o Cego Aderaldo).

Redação com assessoria