Uma conta bilionária que será descontada dos cofres da União. Acostumado ao "toma-lá, dá-cá" nas relações com o Congresso para conseguir aprovar as pautas do governo, o presidente Michel Temer (PMDB) tem prometido aos deputados que votarem a favor das novas regras de aposentadoria uma série de benesses custeadas com recursos públicos.

Mesmo sem orçamento, já foram anunciados, entre outras vantagens, R$ 3 bilhões aos prefeitos, o desbloqueio de R$ 500 milhões às centrais sindicais, além da liberação de cerca de R$ 595,6 milhões em emendas parlamentares até o fim do ano, e outros milhões em perdão de dívidas e recursos ministeriais. Temer precisa do apoio de 3/5 da Câmara (308 votos favoráveis em dois turnos), nas duas Casas, para aprovar a reforma da Previdência.

Ele corre contra o tempo para conseguir, no apagar das luzes, colocar o texto em discussão. Após tentar colocar a proposta em votação para a próxima terça, dia 12, rendeu-se ao placar menor do que esperado, e remarcou a data para o dia 18. A pressa tem motivo se deixar para 2018, ano eleitoral, será ainda mais complicado fazer a matéria passar, por ser considerada impopular. Hoje, a bancada de Pernambuco daria três votos positivos ao projeto, 13 negativos e cinco parlamentares ainda estão indecisos. Quatro não foram localizados.

Redação com Folha PE