09/07/2024

AS JOIAS DAS ARÁBIAS - Polícia Federal conclui que Bolsonaro faturou um bom dinheiro com a venda dos presentes AS JOIAS DAS ARÁBIAS - Polícia Federal conclui que Bolsonaro faturou um bom dinheiro com a venda dos presentes




O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou nesta segunda-feira (8) o sigilo  sobre o inquérito das joias sauditas e o encaminhou para a Procuradoria-Geral da República (PGR), que tem agora o prazo de 15 dias para análise do documento.

A investigação apura se o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus ex-assessores desviaram do acervo presidencial peças valiosas presenteadas a ele quando ainda estava em exercício do cargo.

No último dia 4, Bolsonaro e mais 11 pessoas foram indiciados pela Polícia Federal neste caso. Se for condenado, o ex-presidente pode pegar entre 10 e 32 anos de reclusão pelos crimes de associação criminosa, lavagem de dinheiro e apropriação de bens públicos.

Em entrevista ao programa CNN Arena desta segunda-feira (8), o filho do ex-presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), afirmou que “estão tentando transformar um presente em um caso de corrupção” e que seu pai sofre “perseguição”.

Veja o que diz o documento

Bolsonaro usou verba para custear estada nos EUA

No documento, a Polícia Federal aponta que o ex-presidente teria utilizado da verba da venda das joias para custear sua estada nos Estados Unidos no final do ano de 2.022.

Veja o que diz o relatório:

“Tal fato indica a possibilidade de que os proventos obtidos por meio da venda ilícita das joias desviadas do acervo público brasileiro, que, após os atos de lavagem especificados, retornaram, em espécie, para o patrimônio do ex-presidente, possam ter sido utilizados para custear as despesas em dólar de JAIR BOLSONARO e sua família, enquanto permaneceram em solo norte-americano. A utilização de dinheiro em espécie para pagamento de despesas cotidianas é uma das formas mais usuais para reintegrar o “dinheiro sujo” à economia formal, com aparência lícita.”

Bolsonaro recebeu US$ 25 mil em espécie

Mauro Lourena Cid, pai do coronel Mauro Cid teria repassado 25 mil dólares em espécie ao ex-presidente.

De acordo com o inquérito, Cid relatou dificuldade em vender peças que não são inteiramente de ouro e “houve receio em usar sistema bancário formal”.

Mauro Cid filho e Mauro Cid pai

Bolsonaro atuou na coordenação de recuperação das joias

Ainda de acordo com a Polícia Federal, o ex-presidente coordenou e planejou a recuperação das joias sauditas.

Marcelo Camara e Osmar Crivelatti o ajudaram na “ação clandestina”, enquanto Mauro Cid ficou responsável por reaver o “kit ouro branco”.

O advogado de Bolsonaro, Fábio Wajngarten, “ficou responsável pela ‘operação clandestina’ de trazer de volta ao Brasil os itens do denominado ‘kit ouro rose'”.

Frederick Wassef, outro advogado de Bolsonaro, “foi designado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para recompor e levar, de forma oculta, o relógio Rolex que compunha o denominado ‘kit ouro branco'”.

Enriquecimento ilícito

A Polícia Federal afirma que o grupo que atuou na venda ilícita das peças agiu pelo “enriquecimento ilícito” do ex-presidente e que utilizou do estado para obter vantagens a partir do desvio do acervo público brasileiro de presentes de alto valor.

Redação com CNN-Brasil / Fotomontagens: Reprodução divulgação Tv