12/08/2024 Morreu na madrugada desta segunda-feira, 12, aos 96 anos, o economista Antonio Delfim Netto, ex-ministro da Fazenda e ex-deputado federal. Ele estava internado desde a última segunda-feira (05/8) no Hospital Israelita Albert Einstein em decorrências de complicações no seu quadro de saúde. Professor emérito da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), Delfim Netto foi um dos principais personagens da economia brasileira e um dos mais longevos ministros da Fazenda do País, tendo ocupado o cargo entre os anos de 1.967 e 1.974. Foi, ainda, ministro do Planejamento entre 1.979 e 1.985, ministro da Agricultura (1.979) e embaixador do Brasil na França (1.975-1.977). Após a redemocratização, permaneceu como figura de destaque nos meios econômico e político. No período em que foi ministro da Fazenda, a economia brasileira registrou as maiores taxas de crescimento em sua história (média anual de 9% de crescimento do PIB de 1.968 a 1.974), com a criação de 15 milhões de novos empregos. Em 1.973 o Brasil alcançou o crescimento recorde de 14,4% do PIB, com inflação de 12% – era o início do período de bonança conhecido como “milagre econômico”. Em oito anos de forte crescimento, o Brasil passou da 48ª posição para o 8º lugar entre as maiores economias mundiais. Como ministro do Planejamento, na década de 1.980, comandou a economia brasileira durante a segunda maior crise financeira mundial do século 20, causada pelo choque dos preços do petróleo e pela elevação dos juros americanos para quase 22% ao ano. O Brasil viveu um período de altas taxas de inflação e três anos de recessão, mas foi o primeiro país em desenvolvimento a vencer a crise, com a economia voltando a crescer 5,6% em 1.984. Após o fim do regime militar, Delfim Netto participou das eleições em 1.986 como candidato à Câmara dos Deputados. Foi eleito deputado federal por cinco vezes consecutivas, a primeira delas como constituinte. Em 2.014, Delfim Netto doou para a Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP), sua biblioteca pessoal, com um acervo de mais de 100 mil títulos, acumulados em quase oito décadas – o que a tornou uma das mais relevantes do País. Tem mais de 10 livros publicados sobre problemas da economia brasileira e centenas de artigos e estudos. Escrevia semanalmente nos jornais Folha de S.Paulo e Valor Econômico e para a revista Carta Capital. Seus artigos eram também publicados regularmente em cerca de 70 periódicos de todo o País. Delfim Netto deixa filha e neto. Não haverá velório aberto e seu enterro será restrito à família. Redação com R-7 / Imagem: Reprodução Rede Cultura |