13/09/2024

FOFOQUEIROS NAS CAMPANHAS - Pessoal era pago para espalhar notícias falsas sobre candidatos FOFOQUEIROS NAS CAMPANHAS - Pessoal era pago para espalhar notícias falsas sobre candidatos




Um esquema criminoso sofisticado, que se infiltrava em campanhas eleitorais em diversos municípios do estado do Rio de Janeiro, foi desmantelado pela Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (12).

A investigação revelou que a organização criminosa desenvolveu estratégia altamente lucrativa e bem estruturada para influenciar as eleições municipais. A estratégia envolvia a contratação de “fofoqueiros” para espalhar informações falsas sobre candidatos a prefeito.

Cada um recebia 2 mil reais para circular pelos municípios, infiltrando-se em locais com grande circulação de pessoas como pontos de ônibus, padarias, filas de bancos, bares e mercados. Essas ações tinham o objetivo de disseminar informações falsas sobre candidatos, influenciando a opinião pública e direcionando votos para o político que contratou o serviço.

Os coordenadores do esquema, por sua vez, recebiam R$ 5 mil mensais. Esses líderes eram, frequentemente, funcionários públicos exonerados de seus cargos durante o período eleitoral e substituídos por “laranjas” para evitar a detecção e manter a operação em funcionamento.

Expansão

Embora a organização criminosa estivesse centrada principalmente no município de São João de Meriti (RJ), o esquema foi expandido para ao menos outras 10 cidades do estado do Rio de Janeiro. “Essa expansão evidencia a capacidade da organização em manipular o processo eleitoral em uma escala mais ampla, afetando múltiplos municípios simultaneamente”, informou a PF.

Na ação, foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva e 15 de busca e apreensão, expedidos pelo Juízo da 8ª Zona Eleitoral do Estado do Rio de Janeiro. Além das prisões e apreensões, foi determinado o bloqueio judicial de bens dos investigados, no valor total de 1 milhão de reais de cada um.

Os envolvidos são acusados de organização criminosa, desvio de funcionários públicos para atividades criminosas, utilização de “laranjas” para evitar incompatibilidades com o serviço público, lavagem de dinheiro e constrangimento ilegal de servidores, além de infrações relacionadas à disseminação de notícias falsas e desinformação.

Redação com site Metrópoles  /  Imagem: Reprodução divulgação PF