09/01/2025

BOLO ENVENENADO - Mulher presa também é suspeita do homicídio do sogro, morto em setembro de 2.024 BOLO ENVENENADO - Mulher presa também é suspeita do homicídio do sogro, morto em setembro de 2.024




O corpo do sogro da por enquanto suspeita de ter envenenado um bolo com arsênio foi exumado na manhã desta quarta-feira (8), informou o secretário da Segurança Pública do Rio Grande do Sul, Sandro Caron. O procedimento foi realizado a pedido dos investigadores responsáveis pelo caso, que levantaram a hipótese de que ele poderia ter sido morto, em setembro do ano passado, também por envenenamento. Na época, a causa do falecimento foi atribuída a uma intoxicação alimentar.

Acusada de ter provocado a morte de três familiares e a internação de outros três, a mulher foi detida no último domingo. Identificada como Deise Moura dos Anjos, ela passou por audiência de custódia e teve a prisão temporária decretada por 30 dias. Até o momento, investigadores da Polícia Civil ouviram doze pessoas. No entanto, ainda de acordo com o secretário, há indícios de que ela atuou sozinha.

Além disso, oito telefones celulares foram apreendidos e terão o conteúdo analisado nos próximos dias.

Entenda o caso

Na tarde do dia 23 de dezembro, seis pessoas da mesma família passaram mal após consumirem um bolo durante um café da tarde no município de Torres, no litoral do Rio Grande do Sul. Segundo informações da Polícia Civil, o alimento foi preparado em Arroio do Sal, cidade vizinha, por uma mulher identificada como Zeli dos Anjos, de 60 anos.

Após dar entrada no hospital, três pessoas morreram. As vítimas foram identificadas como: Neuza Denize Silva dos Anjos, 65 anos, e Maida Berenice Flores da Silva, 59 anos, irmãs de Zeli, além de Tatiana Denize Silva dos Anjos, 47 anos, filha de Neuza.

O marido de Maida e uma criança de 10 anos também comeram o bolo, foram hospitalizados, mas já tiveram alta. Já Zeli, responsável pela preparação da sobremesa, permaneceu internada.

Morte por envenenamento provocado por arsênio

Em entrevista coletiva na segunda-feira, a perita responsável pelo caso e diretora do Instituto Geral de Perícias (IGP) do RS, Marguet Mittman, afirmou que “concentrações altíssimas” de arsênio foram encontradas em amostras de sangue, conteúdo estomacal e urina das vítimas. A quantidade achada chegou a ser até 350 vezes maior que o mínimo para o envenenamento.

“De acordo com a literatura, uma concentração permitida na urina, que seria profunda e de uma contaminação ocupacional, por exemplo, é de 35 mil programas por litro. Em uma das vítimas, a menor concentração encontrada foi 80 vezes maior que essa considerada pela literatura como permitida. E na vítima com a maior concentração, esse número chegou a 350 vezes maior do que a literatura permite”, afirmou Marguet.

Segundo a especialista, a farinha usada para a preparação do bolo também estaria contaminada com arsênio, em concentrações até 2.700 maiores que as encontradas na sobremesa.

Redação com sistema globo / Imagem: Reprodução redes sociais