20/02/2025![]() O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), deu uma bronca nos parlamentares nesta quarta-feira (19) após a suspensão da sessão do plenário diante da troca de ofensas entre governistas e oposição. Irritado com a confusão, Motta calou o plenário e prometeu que não admitirá que o episódio se repita. “Se vossas excelências estão confundindo esse presidente como uma pessoa paciente, serena, com um presidente frouxo, vocês ainda não me conhecem”, disparou. “Aqui não é o jardim de infância, nem um lugar para espetacularização que denigre (sic) a imagem da Câmara. Eu não aceitarei esse tipo de comportamento”, completou. Visivelmente incomodado, Hugo Motta também declarou que a presidência da Câmara acionará o Conselho de Ética por quebra de decoro quando detectar deputados desrespeitando colegas. E, aproveitando o cenário, ainda indicou que impedirá a entrada de parlamentares que não sigam o código de vestimenta. “Quero começar logo avisando que determinarei aos técnicos e ao secretário-geral que não permita mais a entrada de deputado sem gravata, nas comissões de camiseta, para a Casa cumprir o ritual. Já estou avisando a partir de agora que será uma máxima: o parlamentar que aqui estiver fora do regimento, não permitiremos que ele permaneça no plenário”, declarou. Apesar de ter elogiado a atuação de Arthur Lira (PP-AL), Hugo Motta garantiu que será mais combativo que seu antecessor — e aliado. “Tivemos episódios tristes nestes dois anos. Presidente Arthur foi combativo. Seremos um pouco mais”, pontuou. “E não me venham depois cobrar uma mudança de comportamento, porque não terá. Nós não retrocederemos nisso. Quem estiver aqui preocupado em agredir colega para aparecer, não terá da presidência nenhuma complacência. Não admitiremos”, acrescentou. A confusão começou durante uma declaração do líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ). Cercado por aliados com cartazes contra a anistia para presos do 8 de janeiro, Lindbergh tentava iniciar sua fala quando foi interrompido por gritos da oposição. “Lindinho na prisão”, diziam os opositores, em referência ao codinome usado por delatores da Odebrecht para se referir a Farias. O coro foi rebatido por governistas, que pediam a prisão de Jair Bolsonaro, denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado. A sessão era presidida pela deputada Delegada Katarina (PSD-SE), que pediu por ordem, mas não foi respeitada. Ela, então, suspendeu a sessão e pediu a presença de Hugo Motta. Redação com o tempo / Imagem: Reprodução Agência Câmara |