23/01/2018![]() Conhecido como criador de varas especializadas em julgar crimes financeiros e lavagem de dinheiro, e responsável por empossar o juiz Sérgio Moro na Justiça Federal de Curitiba, o jurista e ministro aposentado do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Gilson Dipp avaliou que as provas usadas para condenar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva "podem ser questionadas". A afirmação foi feita durante entrevista ao programa CB.Poder — uma parceria do Correio com a TV Brasília —, nesta quarta-feira (23/1), véspera do julgamento do recurso do ex-presidente no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre (RS). Lula foi condenado por Sérgio Moro a nove anos e meio de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no caso que envolve o tríplex do Guarujá (SP). "A decisão que condenou o ex-presidente Lula não é uma decisão simples, porque, examinando sob o ponto de vista jurídico, as provas podem ser questionadas. Grande parte do fundamento da condenação foi através de provas indiretas, de provas indiciárias. Isso dependeu muito da apreciação do juiz de primeiro grau [Moro]. É uma sentença que não seria fácil emitir, sendo para condenar ou para absolver", afirmou Dipp. Em relação às provas, aliás, o jurista fez uma comparação com o caso do ex-ministro Geddel Vieira Lima. "O processo de Lula não tem uma mala com R$ 50 milhões na frente", pontuou, referindo-se às malas de dinheiro encontradas em um apartamento de Salvador e que seriam de propriedade de Geddel. Redação com CB |