26/01/2018 A Justiça Federal do Distrito Federal determinou a apreensão do passaporte do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quinta-feira e proibiu a saída dele do país, um dia após o petista ter sua condenação confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região e na véspera de uma viagem internacional para a África, informaram o Ministério da Justiça e outra fonte com acesso ao assunto. A decisão, tomada no início da noite, se deu numa investigação conduzida pelo Ministério Público Federal em Brasília que investiga o petista por tráfico de influência no processo de compra de aviões de guerra suecos. O diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segóvia, telefonou para o ministro da Justiça, Torquato Jardim, para informar da decisão, segundo a assessoria do ministério. Torquato recomendou a Segóvia que Lula fosse avisado em casa do cumprimento do mandado de apreensão do documento a fim de evitar “constrangimentos”, de acordo com nota do ministério. Apesar do vazamento da decisão judicial, o ministro da Justiça quer evitar “estardalhaço” com a operação, disse uma fonte próxima a ele. O petista já tinha avisado, antes mesmo do julgamento do TRF sobre o tríplex do Guarujá (SP), que participaria de um evento neste fim de semana em Adis Abeba, na Etiópia, referente ao fundo das Nações Unidas de Combate à Fome, FAO. Em nota, o advogado de Lula, Cristiano Zanin, disse ter recebido com "grande estarrecimento" a decisão que determinou a apreensão do passaporte do ex-presidente. "O juiz fundamentou a decisão em processo que não está sob sua jurisdição", diz o texto. "O TRF-4 havia sido informado sobre a viagem e não opôs qualquer restrição". Zanin informa ainda que o passaporte será entregue à Polícia Federal, mas que a defesa do ex-presidente irá recorrer contra a decisão para "reparar essa indevida restrição ao seu direito de ir e vir". Um dia após a condenação pelo TRF-4, Lula disse que não aceitará a decisão da Justiça e que insistirá na candidatura a presidente. Redação com Jornal Extra |