28/01/2018

Fortaleza lamenta chacina e especialistas pedem medidas para a segurança Fortaleza lamenta chacina e especialistas pedem medidas para a segurança




A chuva deste sábado (27/1) poderia ser recebida de bom grado em Fortaleza, dada a estiagem que há anos castiga o Ceará. Mas as águas assumiram outro significado. “Fortaleza chora de tristeza ". A frase, replicada nas redes sociais, sintetiza o sentimento dos que  veem pessoas serem assassinadas constantemente na capital cearense. O rito, de tão comum, ganha ares de rotina. Apenas neste mês, 200 homicídios já foram registrados no estado, segundo a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social.

Na madrugada de ontem, 14 pessoas foram mortas na maior chacina já registrada no estado. Uma pessoa segue internada em estado grave no Instituto Doutor José Frota. O número poderia ser maior, já que uma bomba, que não chegou a explodir, foi encontrada e retirada  da casa de shows, invadida por um grupo durante a madrugada, informou à Agência Brasil o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Ceará (Sinpol-CE), Francisco Lucas de Oliveira. Ele acompanhou a operação no local, onde também ouviu relatos de que o tiroteio contra as pessoas que estavam na festa durou pelo menos 25 minutos.

Pelas redes sociais, o governador Camilo Santana referiu-se à chacina como “ato selvagem e inaceitável”. No texto, ele afirma que convocou imediatamente o secretário de Segurança, André Costa, e a cúpula da Secretaria de Segurança, e determinou "rigor absoluto nas investigações e busca incessante dos criminosos, para que todos os envolvidos sejam identificados e presos o mais rápido possível. Não aceitaremos de forma alguma que esse tipo barbárie fique impune. Confio na nossa polícia e tenho absoluta convicção de que uma resposta será dada muito em breve”.

Até agora, uma pessoa envolvida na chacina do bairro Cajazeiras foi presa, segundo a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social. Outras pessoas já foram identificadas. A polícia trabalha para deter suspeitos, auxiliada por outros órgãos públicos.

Madre Tereza de Calcutá é o nome da rua onde está localizado o forró que sofreu o ataque. Lá, a ideia de tranquilidade, associada ao nome da religiosa, não passa de lembrança.
Redação com CB