15/02/2018

Temer, Lula, Gilmar e Crivella foram alvos no carnaval politizado no Rio Temer, Lula, Gilmar e Crivella foram alvos no carnaval politizado no Rio




O carnaval de 2018 já entrou para a galeria dos mais politizados da história. Na esteira da condenação do ex-presidente Lula a mais de 12 anos de cadeia, e diante dos altos índices de impopularidade de Michel Temer, o que não faltou na folia foram manifestações contra a classe política, como um todo, e figuras do Judiciário, como o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Com a tradicional irreverência do brasileiro, os protestos ganharam ruas, bailes e avenidas do samba, principalmente a Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro.

Mas foi o prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), que parece ter acendido o pavio da explosão do descontentamento popular. Dias depois de sua posse, no início de 2017, o bispo da Igreja Universal do Reino de Deus anunciou, como uma das primeiras medidas de sua gestão, que cortaria repasses da prefeitura para as escolas de samba, algo que tradicionalmente é assegurado às agremiações. Foi o que bastou para que não só a turma do samba, mas o próprio setor de cultura do estado – e, em certa medida, do país –, colocasse o bloco da resistência em marcha.

Resultado: logo no primeiro dia de desfiles do grupo principal na Sapucaí, a Estação Primeira de Mangueira, uma das mais tradicionais e vitoriosas escolas de samba do país, mostrou a que veio com o enredo “Com dinheiro ou sem dinheiro, eu brinco” – um recado claro, direto a Crivella. Em um dos carros alegóricos, o próprio prefeito é retratado como o Judas bíblico, ao lado de uma faixa com a frase “Prefeito, pecado é não brincar o carnaval”!

Encerrado o desfile, o presidente da escola de samba, Chiquinho da Mangueira, resumiu o mote concebido pelo carnavalesco Leandro Vieira e levado à avenida pela comunidade: “Foi a resposta para ele repensar o que fez com o carnaval. Cometeu a maior injustiça com a maior festa popular do mundo, que é o carnaval. A Mangueira se propôs a se rebelar contra isso tudo”. Nas arquibancadas, o grito de “fora, Crivella!”. Por meio de nota (íntegra abaixo), a Prefeitura do Rio de Janeiro rebateu as críticas e lamentou a “falta de respeito e ofensa gratuita”.

Redação com Congresso em Foco