28/05/2018

Para militares, governo jogou crise do transporte "no colo" das Forças Armadas Para militares, governo jogou crise do transporte "no colo" das Forças Armadas




Pela segunda vez, em menos de seis meses, os militares estão preocupados com a posição em que foram colocados, diante da população, por conta de uma nova crise, agora provocada pela paralisação dos caminhoneiros, que no domingo, 27, entrou no sétimo dia, provocando um caos em todo o País. Um integrante do Alto Comando das Forças Armadas disse ao jornal O Estado de S. Paulo, sob a condição de anonimato, que o governo jogou a crise "no colo" deles de novo, como quando foi decretada a intervenção de segurança pública no Rio de Janeiro.

Ele considera que a situação atual poderia ter sido evitada se o governo tivesse agido com antecedência. A grande preocupação das Forças Armadas é parecer que os militares querem um protagonismo, o que, diz ele, não procede. Além disso, fontes consultadas pela reportagem se queixam que em casos como esses é atribuída uma responsabilidade às Forças Armadas para resolver problemas que não estão apenas nas mãos do Exército, Marinha e Aeronáutica, porque dependem de determinação e pedido de auxílio para cada missão, em cada Estado.

A avaliação da cúpula militar, que tem feito pelo menos duas reuniões diárias, por videoconferência entre todos os comandos do País, incluindo as três forças, é que "a situação é muito delicada" e o "quadro se agravou muito nas últimas horas (durante o domingo)", mesmo com a desobstrução de rodovias em muitos pontos do Brasil. 

Um dos oficiais-generais consultados explicou que não adianta liberar estrada, sair do acostamento, se o caminhoneiro continuar parado como está e não fizer a mercadoria circular. A segunda-feira está sendo considerada um dia crucial para se medir a temperatura do que está por vir, mas os militares lembram que surgiu um problema crítico: a greve de 72 horas dos petroleiros, anunciada para a zero hora de quarta-feira. 
Redação com CB