18/04/2017 Seis governadores citados por delatores da Odebrecht receberam R$ 42,1 milhões em caixa dois em campanhas vitoriosas em 2014, segundo relatos de ex-executivos da empreiteira. No total, nas últimas duas campanhas, 12 governadores mencionados teriam sido contemplados com R$ 50,7 milhões em contribuições ilegais. Em alguns casos, o caixa dois chegaria à quase metade dos valores declarados oficialmente à Justiça Eleitoral. O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), lidera a lista dos maiores beneficiários, tendo supostamente recebido R$ 20,3 milhões, segundo o diretor de infraestrutura da Odebrecht Benedicto Júnior, o BJ. O valor corresponde a 45% de tudo que ele declarou. Geraldo Alckmin (PSDB-SP), Marconi Perillo (PSDB-GO), Beto Richa (PSDB-PR), Raimundo Colombo (PSD-SC) e Marcelo Miranda (PMDB-TO) são acusados de terem recebido recursos não contabilizados em 2014. Outros três governadores são suspeitos de terem recebido doações irregulares em 2010. Integram a lista Tião Viana (PT-AC), com doações de R$ 1,5 milhão; Robinson Faria (PSD-RN), então candidato a vice, com R$ 350 mil; e Flávio Dino (PCdoB-MA), com R$ 200 mil. O governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB), também teria solicitado R$ 1 milhão a candidatos apoiados por seu partido no Estado --pagos em caixa dois, segundo os delatores. Parte das menções aos governadores foi remetida para avaliação do STJ (Superior Tribunal de Justiça) por conta do foro privilegiado que eles possuem. O caixa dois é a acusação mais frequente. Alguns são também suspeitos de oferecerem contrapartidas em troca do apoio financeiro --o que, para a PGR (Procuradoria-Geral da República), pode configurar crime de corrupção. Renan Filho (PMDB), governador de Alagoas e filho do senador Renan Calheiros (PMDB), por exemplo, teria recebido R$ 800 mil em doações legais da Odebrecht, mas, em troca, seu pai teria atuado para passar no Senado uma lei que beneficiaria a empresa. Já o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), é acusado de receber R$ 13,5 milhões quando era ministro do Desenvolvimento para defender os interesses da empreiteira. Redação com Agências. |