24/07/2018

Tucanos e Centrão estão em rumos opostos nesta eleição Tucanos e Centrão estão em rumos opostos nesta eleição




união entre o PSDB e o Centrão — bloco formado por DEM, PP, PR, PRB e Solidariedade — deve garantir preciosos minutos a Geraldo Alckmin no horário eleitoral no rádio e na televisão, mas não palanques. Desde as costuras para a formação da aliança, os tucanos foram alertados sobre a autonomia das campanhas estaduais. Em pelo menos metade das 27 unidades da Federação, é possível que a coligação em âmbito federal dê espaço para disputas entre candidatos apoiados pelos tucanos ou por políticos do blocão. O impacto disso pode limitar e enfraquecer os palanques de Alckmin nos estados.

Minas Gerais, Goiás e Santa Catarina são alguns dos exemplos da fragmentação. Nos três estados, há uma disputa entre candidatos a governador do PSDB e do DEM. Em Minas, o senador tucano Antonio Anastasia concorre contra o deputado Rodrigo Pacheco (DEM). Em Goiás, a rivalidade é entre o atual governador, José Eliton (PSDB), e o senador Ronaldo Caiado (DEM). Em Santa Catarina, o senador Paulo Bauer (PSDB) disputa com o deputado João Paulo Kleinübing (DEM).

Mesmo em São Paulo, reduto eleitoral de Alckmin, a aliança nacional também se mostra dividida. O PR prometeu apoio ao PSB, do governador Márcio França, enquanto o candidato tucano, João Doria, conta com o apoio de DEM, PP e PRB. Também é possível observar o esfacelamento entre preferências de parlamentares por outros presidenciáveis.

Boa parte da bancada do PR no Congresso prefere o apoio a Jair Bolsonaro, do PSL, do que a Alckmin. A exemplo do senador Magno Malta (ES), vice-líder da legenda na Casa, que foi cotado a ser vice na chapa com o presidenciável. O efeito prático disso pode ser a ausência de parlamentares nos palanques com o tucano.


A fragmentação da aliança nos estados é disseminada entre as regiões. Mas o Nordeste promete ser o verdadeiro problema para os tucanos. O cenário traçado na maioria dos estados aponta para apoio de partidos do Centrão ao PT, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ou ao PDT, de Ciro Gomes, ou ao PCdoB, de Manuela D’Ávila, no Maranhão.

Redação com Rodolfo Costa do CB