29/07/2018

Egito condena 75 pessoas à morte por protesto em 2013 Egito condena 75 pessoas à morte por protesto em 2013




Um tribunal do Egito condenou 75 pessoas à morte neste sábado, incluindo membros do alto escalão do grupo Irmandade Muçulmana, por seu envolvimento em um protesto em 2013, informou a mídia estatal. O Tribunal Criminal do Cairo encaminhou as sentenças ao grão-mufti Shawqi Allam, máxima autoridade muçulmana do país - uma formalidade prevista em lei em casos de punição capital. Embora a opinião do grão-mufti não tenha peso legal, pode levar um juiz a reverter uma decisão inicial. Os condenados podem recorrer da sentença.

As sentenças de outras 660 pessoas envolvidas no caso devem ser anunciadas em 8 de setembro, de acordo com o website Al-Ahram.

Dos 75 réus condenados à morte neste sábado, 44 estão presos e 31, foragidos. O tribunal costuma aplicar a pena máxima a foragidos, mas normalmente há um novo julgamento quando eles são capturados. 

O caso envolve um total de 739 réus, entre eles o líder supremo da Irmandade Muçulmana, Mohammed Badie, e o fotojornalista Mahmoud Abu Zeid. As acusações variam de assassinato a danos à propriedade pública. Nem Badie nem Abu Zeid foram condenados à morte neste caso.

O protesto de 2013, na praça Rabaa al-Adawiya, no Cairo, foi em apoio ao ex-presidente Mohammed Morsi, que tinha sido deposto por militares após grandes manifestações populares contra seu governo. Morsi era membro da Irmandade Muçulmana. 

O protesto foi dispersado de forma violenta em 14 de agosto de 2013. Mais de 600 pessoas foram mortas. Meses depois, o Egito declarou a Irmandade Muçulmana uma organização terrorista. Autoridades egípcias iniciaram uma forte campanha de repressão contra membros e apoiadores da Irmandade. Tribunais do país realizaram julgamentos em massa e condenaram centenas de pessoas à morte, gerando críticas da comunidade internacional.

Em 2014, um juiz egípcio condenou 529 apoiadores de Morsi à morte, mas um novo julgamento foi ordenado após uma série de procedimentos legais. 

Redação com Agências