20/09/2018

Ex-prefeito de Uberlândia (MG) é preso em operação contra fraude em licitações Ex-prefeito de Uberlândia (MG) é preso em operação contra fraude em licitações




O ex-prefeito de Uberlândia Gilmar Machado (PT) é um dos alvos da operação "Kms de Vantagem", deflagrada hoje pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de Minas Gerais. Ao todo foram expedidos 30 mandados de prisão temporária e preventiva, além de 31 mandados de busca e apreensão naquela cidade do Triângulo Mineiro, em Catalão (GO), Goiânia (GO) e Porto Nacional (TO).

Foi determinada a prisão preventiva do ex-prefeito, que atualmente é candidato a deputado federal. A defesa de Gilmar Machado informou que ainda não teve acesso aos autos para definir a estratégia para obtenção da soltura do cliente.

A Justiça também determinou a prisão preventiva de Alexandre Andrade (PSB), que foi secretário Municipal de Trânsito e Transportes no período investigado. Andrade foi candidato a prefeito de Uberlândia em 2016 e atualmente é candidato a deputado federal.

A operação investiga licitações feitas pela Prefeitura de Uberlândia em 2014 para prestação de serviço do transporte público escolar. Para os promotores, houve fraude nas licitações envolvendo empresas de Goiás, que teriam apresentado falsos atestados de capacidade técnica e declarações de prestação de serviços.

Segundo as informações do MPMG, os serviços foram prestados de maneira precária e incompleta, por motoristas despreparados, que nem sequer conheciam as rotas a serem percorridas. A promotoria lembra ainda de um acidente grave com uma das vans, que capotou com diversos alunos e professores. Planilhas das empresas conteriam dados claramente fraudados, indicando até uma rodagem de 259 quilômetros em uma hora por um único veículo.

De acordo com as investigações, o então prefeito e a Secretaria de Educação foram formalmente alertados pela CPI instalada na Câmara Municipal sobre inúmeras ilegalidades praticadas no oferecimento do serviço de transporte. Mesmo assim, foi determinado que fossem feitos os pagamentos à empresa contratada para o transporte escolar.

O Gaeco investiga, nesta operação, a prática dos crimes de organização criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva, peculato-desvio, fraude à licitação, falsidade ideológica, uso de documento falso e lavagem de dinheiro, entre outros. O Ministério Público tem 15 dias para entregar à Justiça a denúncia referente ao caso.

Redação com H