23/09/2018

Renovação de parlamentares será restrita após eleições Renovação de parlamentares será restrita após eleições




A duas semanas das eleições, os brasileiros voltam toda a atenção para a disputa presidencial, mas deixam de escolher com antecedência o candidato à corrida ao Congresso Nacional. Independentemente de quem tomar posse em 1º de janeiro, os parlamentares eleitos serão responsáveis por propor e analisar todas as medidas que vão ditar o futuro do país a partir de 2019. Especialistas, contudo, analisam que haverá pouca renovação nas bancadas, e o perfil da Câmara dos Deputados e do Senado será conservador, evangélico e empresarial.

Dos 81 mandatos no Senado, 54 serão renovados. Os ocupantes das outras 27 ficam no cargo. De acordo com pesquisas de intenção de voto, a tendência é que o MDB perca 4 dos 18 representantes, mas ainda seguirá como o partido com mais presença na Casa. O PT, por sua vez, deve sair de 9 para 11, e será a segunda sigla com maior presença na Casa.

O PSDB, por sua vez, deve ficar com uma bancada equivalente à do PT, com 11 políticos — um a menos do que tem atualmente. Outra novidade é que nanicos terão um representante.
Em uma pleito atípico, o eleitor precisa estar atento a aspectos além da sigla do possível candidato. É assim que o diretor de documentação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antonio Augusto de Queiroz, distingue um voto automático de um voto consciente. Ele exlica que é preciso analisar as coligações formadas pelos postulantes. A razão para isso é que, entre as novidades, está o limite de gastos para candidatos de acordo com o cargo almejado; o fundo de recursos públicos para financiamento das campanhas; e a criação da cláusula de barreira, que aumentou a importância das eleições proporcionais.

De acordo com a regra, só terá direito a tempo de propaganda e recursos do fundo partidário a partir do próximo ano o partido que cumprir uma série de exigências, incluindo ter recebido pelo menos 1,5% dos votos nas próximas eleições, distribuídos por pelo menos um terço das unidades da Federação.

As coligações em eleições proporcionais vão acabar, mas somente a partir de 2020. Elas permitem que seja eleito um parlamentar de outra legenda que não necessariamente tem a mesma linha ideológica do escolhido. “Um dos pontos centrais da desilusão do povo com o Congresso é que as pessoas nem sempre sabem aproveitar o voto, pois não analisam se os candidatos têm o mesmo campo político. Se fosse do mesmo partido, não teria problema”, pontua.

Redação com CB