29/09/2018

Segundo turno sem Alckmin já divide alas do PSDB Segundo turno sem Alckmin já divide alas do PSDB




Diante da dificuldade do ex-governador Geraldo Alckmin, presidenciável do PSDB, de avançar nas pesquisas de intenção de voto, setores do partido já atuam para se aproximar de Jair Bolsonaro e defendem o apoio ao candidato do PSL no segundo turno. Deputados e líderes do PSDB ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo temem que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e outros quadros da legenda atuem para apoiar Fernando Haddad (PT), caso Alckmin não chegue à próxima fase da disputa presidencial.

Reservadamente, tucanos dizem que o PSDB deve enfrentar o pior racha de sua história e pode “implodir” se houver uma guerra entre a ala mais conservadora e liberal e os fundadores do partido.

“Vou ser leal ao Geraldo até o último dia, mas, se ele não for para o segundo turno, sou anti-PT e vou encaminhar na bancada o apoio ao Bolsonaro”, disse à reportagem o deputado Nilson Leitão (MT), líder do PSDB na Câmara. “O PT nós já conhecemos e não podemos experimentar de novo”, concluiu o tucano.

Uma das possibilidades ventiladas pela cúpula do partido é liberar os filiados no segundo turno, se Alckmin não reagir nas pesquisas de intenção de voto.

Em um movimento que desafiou a direção do PSDB, um grupo de militantes do partido criou um grupo no Facebook chamado “Sou tucano e voto Bolsonaro”, que já conta com quase sete mil integrantes.

“O Geraldo fez gestos à esquerda e se aproximou do MST e do MTST. Ele não é um candidato viável. Nunca foi. Por isso, meu voto é para o Bolsonaro”, disse Caíque Mafra, criador e administrador do grupo na rede social.

Para o cientista político Cláudio Couto, coordenador do mestrado de política públicas da FGV, seria um “milagre” Alckmin ir para o segundo turno. “Ele perdeu o eleitor antipetista para Bolsonaro.”

Redação com O Estado de S. Paulo