07/10/2018

Políticas de combate à violência serão decisivas para o futuro do país Políticas de combate à violência serão decisivas para o futuro do país




Nos próximos quatro anos, o Brasil terá pela frente o desafio de interromper a escalada de violência que avança em todas as regiões. O próximo presidente precisará enfrentar facções criminosas, combater o crescimento do tráfico de drogas e do contrabando e dar fim ao aumento acelerado do número de mortes violentas. Além de provocar uma verdadeira tragédia econômica nas regiões mais violentas, a perda de parentes e amigos impacta a vida de 50 milhões de brasileiros.

Ao longo da gestão, o novo chefe do Executivo terá de atuar para proteger as potenciais vítimas e cuidar dos que ficaram, muitas vezes, abalados emocionalmente ou tiveram suas famílias desestruturadas na velocidade da bala. Especialistas apontam que o combate à violência vai muito além da estruturação das polícias e da repressão aos integrantes do crime. É preciso resolver problemas sociais, como a deterioração da educação e das políticas públicas voltadas ao esporte e lazer. De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o Brasil registrou no ano passado 63.880 mortes violentas. São 175 assassinatos por dia, número 30 vezes maior do que o registrado em países da Europa. Além das pessoas que morrem, um quarto da população brasileira é afetada por ter conhecidos entre as vítimas dos atos criminosos.

A quantidade de homicídios registrada em território nacional é a maior do mundo para um país que não está em guerra declarada. Boa parte das mortes pode ser explicada pelo avanço das organizações criminosas. O Primeiro Comando Capital (PCC), que surgiu nos presídios de São Paulo, está presente em mais de 20 estados. O Comando Vermelho, a segunda maior facção, avança pelo Nordeste. 

Para o diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima, a solução para conter as facções passa pela reforma do sistema prisional. “Só prender não resolve, porque os presos mandam de dentro. Tem que retomar o controle dos presídios, ter investimentos, separar por nível de periculosidade (regime fechado, segurança máxima, semiaberto). São poucos os estados que têm a estrutura necessária prevista na Lei de Execuções Penais. Também têm problema de gestão e governança”, observa.

Autores e vítimas

Os jovens são os maiores autores e as maiores vítimas da violência. Esse grupo precisa ter acesso a amplas políticas públicas para que suas mentes não sejam tomadas pelas promessas e propostas do crime organizado. 

Redação com CB