11/11/2018

Operador de Sérgio Cabral reclamava de acordar cedo só para levar propina Operador de Sérgio Cabral reclamava de acordar cedo só para levar propina




O operador financeiro do esquema de corrupção atribuído ao ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB) revelou detalhes aos investigadores de como funcionavam os encontros em que o ex-procurador-geral de Justiça Cláudio Lopes pegava dinheiro. Segundo ele, cada reunião ‘durava, no máximo, 20 minutos’.

Sérgio de Castro Oliveira, o ‘Serjão’, preso na quinta-feira (8), foi além. Ele contou que o ex-secretário de Governo Wilson Carlos ‘reclamava de ter que acordar cedo só para ir ao Palácio Laranjeiras entregar o dinheiro ao Cláudio Lopes’. Laranjeiras é a residência oficial do chefe do Executivo fluminense.

Sérgio Cabral, Cláudio Lopes, Wilson Carlos e ‘Serjão’ foram denunciados, no início de outubro, pelo procurador-geral de Justiça em exercício, Ricardo Ribeiro Martins. O ex-governador do Rio, Wilson Carlos e ‘Serjão’ são acusados de corrupção ativa Cláudio Lopes foi denunciado por associação criminosa, corrupção passiva e quebra de sigilo funcional.

Serjão ‘confessou ter participado de pagamentos de propina’ a Cláudio Lopes entre o final de 2008 e o final de 2012. Ele declarou que ‘a ida de Wilson Carlos ao Palácio Laranjeiras se dava exclusivamente para encontrar com Cláudio Lopes e repassar a ele o dinheiro’. Segundo o operador, ‘logo que isto acontecia, Cláudio Lopes ia embora e, em seguida Wilson Carlos também saía’

“Os encontros entre Wilson Carlos e Cláudio Lopes, quando da entrega do dinheiro, duravam, no máximo, 20 minutos; que Wilson Carlos, em várias ocasiões disse ao depoente que o dinheiro era destinado à propina e também reclamava de ter que acordar cedo só para ir ao Palácio Laranjeiras entregar o dinheiro ao Cláudio Lopes”, contou.

O operador relatou que tinha “a função de transportar valores destinados ao pagamento de propina a diversos destinatários, dentre eles o investigado no presente procedimento, dr. Cláudio Soares Lopes, procurador de Justiça do Ministério Público do Estado do Rio”.

De acordo com Serjão, “o pagamento dos valores ao procurador Cláudio Soares Lopes começou a acontecer entre os meses de setembro e outubro de 2008′. O aliado de Sérgio Cabral declarou que ‘foi comunicado pelo então secretário Wilson Carlos que o ‘esquema’ ajudaria Cláudio Soares Lopes na eleição que aconteceria no Ministério Público ao final daquele ano”.

Redação com JP