09/12/2018

Urologistas alertam para uso “recreativo” de remédio contra impotência Urologistas alertam para uso “recreativo” de remédio contra impotência




O uso prescrito de medicamentos contra a disfunção erétil reativa a vida sexual de homens impotentes e recupera a autoestima. O uso inadequado desses comprimidos, comprados na farmácia sem receita médica, pode fazer mal a saúde, alertam urologistas e outros especialistas.

Foi para sentir-se seguro que Willian, como prefere ser chamado, passou a usar aos 26 anos o Viagra. “Na época eu estava falhando mesmo. O negócio estava feio. O negócio estava ficando sem graça para o meu lado, vergonhoso [...] Estava com completo desinteresse.”

Hoje, aos 39, diz já ter usado vários tipos de medicamento em doses diferentes. Ele conta que, para melhorar a autoestima, costuma tomar o medicamento quando sai com uma nova parceira. Sem modéstia, Willian diz que, assim, dá “um espetáculo”.

Para o especialista Paulo Aguiar, do Conselho Federal de Psicologia, esse tipo de comportamento é  “um grande sintoma da sociedade”. “Isso [o uso do viagra] preenche vazios e inseguranças do sujeito”, analisou.

Aguiar ressalta que o uso indevido de remédios contra impotência expõe homens clinicamente saudáveis à dependência psicológica e reafirma padrões sociais nem sempre positivos, em que prepondera a virilidade masculina.

“Nenhuma medicação pode ser usada de forma aleatória, simplesmente alguém chegar à farmácia e comprar. Medicina não funciona assim. Medicina funciona quando há consulta médica, tem que ter uma orientação”, aconselha o urologista Carlos da Ros.

Redação com Agência Brasil