22/12/2018

Ex-chefe do Incra Tocantins recebeu R$ 5 milhões em contas, aponta investigação Ex-chefe do Incra Tocantins recebeu R$ 5 milhões em contas, aponta investigação




A Operação Nudae, que investiga suposta fraude em licitação do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária em Tocantins, identificou que contas do superintendente afastado do Incra no Estado, o ex-deputado estadual Carlos Alberto da Costa, receberam R$ 5 milhões em três anos e meio. A investigação aponta que o próprio “Carlão da Saneatins”, preso pela Polícia Federal na quarta-feira, 19, foi o responsável por depositar a maior parte dos valores em espécie.

“As informações resultantes do afastamento de sigilo bancário e fiscal revelaram uma movimentação bancária de Carlos Alberto da Costa notoriamente desproporcional e incompatível com sua condição de agente público (ex-deputado estadual e superintendente do Incra)”, relatou o juiz João Paulo Massami Lameu Abe, da 4ª Vara Federal de Palmas.

“Ao longo do período de dezembro de 2014 a julho de 2018, suas contas registraram o ingresso de cerca de R$ 5 milhões, num curto intervalo de três anos e meio, montantes manifestamente incompatíveis com o cargo que exercia”, segue o magistrado.

A Operação Nudae aponta indícios “de um esquema de pagamento sistemático de propinas no âmbito do Incra, em detrimento das políticas públicas de criação de infraestrutura rural, indispensável ao prosseguimento da reforma agrária no Estado”.

O superintendente havia sido afastado da chefia do Incra em agosto, na primeira fase da Nudae. Na decisão que autorizou a segunda etapa da investigação, aberta em 19 de dezembro, o juiz Lameu Abe mandou prender “Carlão da Sanaetins” por suspeita de descumprir a medida cautelar imposta na primeira fase.

Redação com AE