19/01/2019

Se eu fosse cidadão comum, não deixaria a arma no cofre, diz Major Olimpio Se eu fosse cidadão comum, não deixaria a arma no cofre, diz Major Olimpio





Senador mais votado por São Paulo em 2018, Major Olimpio é o presidente regional do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro. Policial militar aposentado e eleito deputado federal em 2014, o parlamentar afirma que conseguiu a vaga no Senado Federal por estar em um projeto com o novo presidente. "As pessoas acabaram me elegendo em função da identificação com o Jair Bolsonaro", afirmou em entrevista exclusiva ao UOL na sede paulista do partido, na zona norte da capital.

Olimpio considerou o decreto que flexibiliza a posse de arma de fogo para a população, assinado por Bolsonaro na última terça-feira (15), como "um avanço". No entanto, segundo ele, o ideal seria que o decreto alterasse as condições para a importação de armas e munições, que houvesse um recadastramento das armas existentes do país e que não houvesse o artigo que determina que, para a posse, o cidadão deve ter um cofre ou local com trava de segurança. Segundo ele, se ele fosse um cidadão civil, com posse, não respeitaria essa determinação. 

"Achei essa questão do cofre absolutamente inútil na legislação. Cofre ou compartimento com tranca. Primeiro lugar, você põe na lei uma coisa que objetivamente tem uma razão de ser. Quem vai fiscalizar isso? Ninguém. E você já tem no artigo 13 do Estatuto do Desarmamento o crime chamado omissão de cautela: aquele que deixar a arma acessível para criança ou adolescente ou alguém com qualquer espécie de deficiência mental, está sujeito a uma condenação de um a três anos. Achei de uma grande inutilidade. O ideal seria não ter esse artigo", afirmou à reportagem em entrevista realizada ontem.

"Se eu precisar dar tiro em marginal, vai acontecer. Já precisei. Algumas vezes. Ocorrências mais do que naturais na vida policial. E não sei o número de vezes que tive que sacar a arma, que protegi a vítima e desestimulei criminosos. Já tive ocorrências com reféns, em que fiz o gerenciamento de crise por quatro horas, cara a cara, com criminosos assaltando uma agência dentro da Secretaria da Fazenda."

Major Olimpio se formou oficial da Polícia Militar de São Paulo em 1982. Até um dia antes da formação, ele era considerado o principal policial daquele ano -- o que significaria cargo de destaque no decorrer dos anos. Mas a noite anterior à sua formação causou a perda do privilégio por conta de uma "farra" promovida pelos policiais formados naquele ano.


Redação com UOL