21/01/2019

Desgaste no ninho tucano: denúncias envolvendo membros do PSDB levam a debandada de correligionários Desgaste no ninho tucano: denúncias envolvendo membros do PSDB levam a debandada de correligionários





Com uma série de dissidências de parlamentares insatisfeitos com posturas do partido e o desgaste da imagem da principal liderança tucana em Minas, o deputado federal eleito Aécio Neves, o PSDB começa a próxima legislatura enfraquecido. 


Em Minas, o prefeito de Contagem, Alex de Freitas, e o deputado estadual João Vítor Xavier foram os últimos a romper com a legenda abertamente. Além deles, o secretário de Governo mineiro, Custódio Mattos, agora alinhado a Romeu Zema (Novo), também estaria se preparando para deixar o ninho tucano.


Os sinais de desgaste do PSDB começaram com o apoio ao ex-presidente Michel Temer (MDB), em 2016, durante e após o impeachment de Dilma Rousseff (PT). Depois de Antonio Anastasia perder a corrida ao Palácio da Liberdade para o estreante Romeu Zema, o presidente do partido em Minas, deputado federal Domingos Sávio, relacionou o mal desempenho do partido em Minas ao apoio do PSDB a Temer, considerado um “erro gravíssimo” — o próprio deputado, no entanto, votou pelo arquivamento das denúncias contra o ex-presidente.


Além disso, o fato de Aécio continuar na legenda contribui para um quadro de desconforto na cúpula tucana. “Ninguém esteve na campanha com o Aécio. Nem o Anastasia esteve com ele. O mais sensato seria que ele se desligasse do partido para evitar esse constrangimento”, disse um cacique tucano que preferiu manter o anonimato.


Atualmente, o pedido de expulsão de Aécio, protocolado pelo deputado federal Wherles Fernandes da Rocha (PSDB-AC), está em análise pelo Departamento Jurídico do PSDB. Não há prazo para o processo terminar. Procurada, a assessoria de Aécio, eleito deputado federal na última eleição, não se manifestou.


Aécio Neves é alvo de nove inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF). Em dezembro de 2018, endereços da família dele em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro foram alvos de busca e apreensão na segunda fase da Operação Ross, da Polícia Federal, que investiga o suposto pagamento de propina de R$ 110 milhões pelo grupo JBS entre 2007 e 2014.


Em âmbito nacional a situação não é diferente. Percebe-se  que há articulações em curso para que várias lideranças deixem a legenda.


Redação com Hoje em Dia