24/01/2019 A decisão do deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) de desistir do novo mandato e deixar o Brasil por medo de ameaças, revelada em entrevista exclusiva ao jornal "Folha de S.Paulo",hoje,vai abrir espaço na Câmara dos Deputados para o vereador David Miranda, do Rio de Janeiro. Do mesmo partido, ambos são assumidamente gays e eram amigos da vereadora carioca Marielle Franco, também do PSOL, assassinada em março do ano passado. Seis dias depois da morte da parlamentar, ele usou as redes sociais para homenageá-la: "Marielle é semente! Marielle é gigante! Marielle está presente!". Segundo a Folha, Jean Wyllys vive sob escolta policial desde o crime e tomou a decisão de abandonar a vida pública por conta da intensificação das ameaças de morte, comuns mesmo antes da execução da vereadora. Suplência Em outubro passado, Wyllys foi o deputado federal eleito no estado com o menor número de votos, 24.295. Ele conseguiu uma das 46 vagas reservadas para o Rio de Janeiro por conta do quociente eleitoral oriundo da expressiva votação de nomes como o de Marcelo Freixo (mais de 342 mil votos) e Talíria Petrone (mais de 107 mil). Miranda se tornou o primeiro suplente da coligação "Mudar é possível", composta por PSOL e PCB, ao obter 17.356 votos. Perfil Casado com o jornalista americano Glenn Greenwald, que revelou o esquema de espionagem dos Estados Unidos descoberto por Edward Snowden em 2013, ele disputou a primeira eleição em 2016. Foi eleito para a Câmara dos Vereadores do Rio. Em sua biografia na página oficial do Facebook, ele se apresenta como "o primeiro vereador assumidamente LGBT" do Rio. "David Miranda é cria do Jacarezinho, negro, favelado e LGBT. Nunca conheceu seu pai e aos 5 anos ficou órfão de sua mãe", diz o texto. David Michael dos Santos Miranda tem 33 anos e declarou ter a cor/raça preta à Justiça eleitoral. Ele e Greenwald moram no Rio e têm dois filhos adotivos, João e Jonathan. Redação com UOL |