05/05/2017 A corrupção investigada na Asfixia, como é chamada a 40ª fase da “Lava Jato”, deflagrada ontem pela Polícia Federal (PF), foi gestada em Minas Gerais. Auditoria realizada na empresa mineira Mendes Júnior apontou como funcionava o esquema, que chegou a desviar R$ 100 milhões em pagamento de propina a ex-gerentes da subdivisão de Óleo e Gás da Petrobras. Pelo menos 18 contratos, que inicialmente somavam R$ 5 bilhões, foram superfaturados para beneficiar terceiros. O pagamento de propina aos ex-funcionários da petrolífera em troca de vantagens seguiu até 2016, quando as investigações acerca do Petrolão estavam a todo vapor. O ato foi classificado como a “falta de pudor” pela delegada da PF Renata da Silva Rodrigues. Conforme a delegada, durante inspeção da Receita Federal (RF) na empreiteira, em recuperação judicial, foi verificado grande número de transações de altos valores. Segundo a PF, as empresas envolvidas nas transações, Akyzo e Liderrol, que têm os mesmos sócios, não tinham capacidade técnica para movimentar tal quantia, o que chamou a atenção da Polícia Federal.
Cinco mandados foram cumpridos em Belo Horizonte, três de busca e apreensão e dois de condução coercitiva, no Funcionários, Centro e Luxemburgo. No Centro, dois andares de uma empresa localizada na avenida Afonso Pena, em prédio bem em frente ao Palácio das Artes, foram vasculhados. Aditivos Além de Belo Horizonte, foram cumpridas medidas judiciais em São Paulo e Rio de Janeiro. No total, foram 16 mandados de busca e apreensão, dois mandados de prisão preventiva, dois mandados de prisão temporária e cinco mandados de condução coercitiva. Presos Eles foram encaminhados a Curitiba na noite de ontem. Segundo as regras internacionais de aviação, aviões de carreira são proibidos de levar mais de dois presos por vez. Por isso, os suspeitos foram encaminhados à capital Paranaense em duplas. Eles responderão pela prática dos crimes de corrupção, fraude em licitações, evasão de divisas, lavagem de dinheiro dentre outros. Novo foco Segundo representantes da Polícia Federal, há outros alvos em investigação. Os nomes e estados são mantidos em sigilo para não atrapalhar o trabalho da Receita Federal. Redação com Agências |