16/05/2019 A sessão na Câmara dos Deputados que contou com a presença do ministro da Educação, Abraham Weintraub, na tarde desta quarta-feira (15), contou com muitas acusações e bate-boca. Weintraub afirmou logo de cara não ser ele o responsável pelo contingenciamento (bloqueio) da verba para a pasta de Educação, e sim o governo de Dilma Rousseff. “Este governo, que tem quatro meses, não é responsável pela situação. […] Não somos nós os responsáveis pelo contingenciamento. Orçamento foi feito pelo governo de Dilma Rousseff e Michel Temer. Nós não votamos neles. Não somos responsáveis pelo desastre da educação básica brasileira. O sonho de consumo dos brasileiros é colocar os filhos em uma escola privada e não pública. Isso é muito ruim”, acusou Abraham Weintraub, arrancando aplausos da base aliada do governo. O ministro da Educação novamente reforçou que o objetivo do governo Bolsonaro “é ensino básico, fundamental, técnico”. Segundo o chefe da pasta, o que está sendo feito apenas é “cumprir o plano de governo que foi apresentado”. “Não tem corte. Se você pegar o orçamento total, a gente está obedecendo a lei”, afirmou. Pesquisas científicas nas Universidades Weitraub ainda declarou que “as universidades precisam respeitar as leis”. O ministro de Jair Bolsonaro continuou os ataques contra as universidades públicas e afirmou que algumas pessoas teriam “vergonha” de apresentar suas pesquisas científicas no telão da Câmara dos Deputados. Segundo o chefe da pasta de Educação, o bloqueio da verba não prejudicará a pesquisa científica do Brasil. “Algumas áreas de, entre aspas, pesquisas que são feitas podemos postergar para um segundo momento”, afirmou. Weintraub declarou que será feita uma análise “pesquisa a pesquisa”, com “diálogo e transparência”, para a liberação das verbas. Abraham Weintraub se disse muito tranquilo em defender o contingenciamento e que está à disposição dos parlamentares para dialogar quantas vezes for preciso e apresentar todos os números. “Quem não deve, não teme. A gente acabou de fazer uma apresentação para todos os jornalistas mostrando todo nosso plano. Eu me proponho voltar aqui e fazer a apresentação inteira. Só peço que eu preciso de umas duas horas, porque é uma coisa complexa. Em meia hora fica corrido, não dá para passar as ideias. Quem não deve, não teme. Nós não tememos. Não tenho medo de vir aqui quantas vezes for, abrir todas as planilhas, abrir todos os números, sem problema nenhum”, pontuou o ministro. Momentos de tensão Um dos momentos mais conturbados no plenário da Câmara dos Deputados aconteceu quando o ministro Weitraub atacou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Outro momento de tensão aconteceu quando o ministro foi acusado por parlamentares de oposição de ter dito que comunista merecia “levar bala na cabeça”. Redação com JP |