O presidente Michel Temer decidiu, ontem à tarde, realizar mudanças em dois ministérios para reforçar a defesa dele no Judiciário. O peemedebista trocou de lugar os titulares da Justiça e Segurança Pública e da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União (CGU). Torquato Jardim substituirá Osmar Serraglio, e vice-versa. A mudança foi anunciada um dia após uma série de reuniões de Temer com aliados, como o ex-presidente José Sarney, e ministros no Palácio do Jaburu.
No Supremo Tribunal Federal, Temer é alvo de um inquérito por corrupção, obstrução de Justiça e organização criminosa. Por isso, a avaliação no Planalto é de que o presidente precisa de alguém com capacidade para levar suas ponderações sobre o tema diretamente aos ministros da Corte. Temer também pode ter o mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que marcou para o próximo dia 6 o início do julgamento do processo contra a chapa dele como vice da ex-presidente Dilma Rousseff. No fim da manhã, Torquato foi chamado ao Jaburu e aceitou o convite. O novo ministro da Justiça, cuja posse ainda não foi marcada oficialmente, embarcou com Temer no avião presidencial por volta das 15h rumo a Alagoas, para um sobrevoo das áreas alagadas de Maceió (leia mais na página 5).
A viagem, inclusive, fez com que o presidente cancelasse uma reunião com os ministros Henrique Meirelles (Fazenda) e Dyogo Oliveira (Planejamento) e o presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Paulo Rabello de Castro, marcada para o mesmo horário na residência da vice-presidência. Castro, inclusive, foi escolhido às pressas por Temer, na sexta-feira, para assumir o lugar de Maria Silvia Bastos Marques, no comando do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para evitar mais desgaste em meio à crise política estourada com a delação premiada dos donos da JBS.
Torquato Jardim ocupará o lugar do deputado federal Osmar Serraglio (PMDB-PR) no comando da Justiça. Temer convidou o parlamentar para assumir o Ministério da Transparência, no lugar de Jardim. Mas, até o fechamento desta edição, o deputado não havia respondido o convite, o que não preocupa o Planalto, já que a avaliação é de que Serraglio vai aceitar.
Fonte: Redação com CB