07/04/2020 Na linha de frente do combate ao novo coronavírus, muitos médicos e enfermeiros confessam que estão apreensivos com o avanço da doença. Os índices de contaminação entre os profissionais de saúde são altos. No Brasil, o Hospital das Clínicas, o Albert Einstein e o Sírio Libanês, em São Paulo, já afastaram centenas de funcionários que se infectaram com a covid-19. No Hospital Sancta Maggiore, administrado pelo plano de saúde Prevent Senior, as equipes médicas da unidade de terapia intensiva atendem a, pelo menos, 140 pessoas que contraíram a doença. A médica Carolina Mota confessa que o trabalho é muito difícil. “Os pacientes são muito graves. Eu acho que o estresse emocional piora bastante, mas estamos conseguindo levar da melhor forma possível, com estrutura e dando assistência ao paciente, o que é o mais importante.” As três unidades do Sancta Maggiore são especializadas em atender clientes acima dos 60 anos de idade, os mais vulneráveis ao novo coronavírus. Isso explica o elevado número de pacientes e mortes registrados na rede. O médico Glauber Cavalcanti ressalta que ninguém esperava por uma situação como essa. “É uma situação totalmente atípica, ninguém esperava passar por isso. A gente se forma e a gente quer salvar o próximo, isso é muito importante ressaltar.” Na rede pública de saúde, a situação não é diferente. Segundo o residente de infectologia do Hospital São Paulo, William Dunke, o medo é ainda maior já que no SUS faltam constantemente os Equipamentos de Proteção Individual para a equipe médica. William Dunke afirma que o apoio da população e do governo, neste momento, é fundamental para que eles se mantenham motivados. Redação com JP |