16/04/2020

Governo projeta que país completará uma década com as contas no vermelho Governo projeta que país completará uma década com as contas no vermelho





O Brasil completará ao menos uma década de rombos sucessivos nas contas públicas, segundo o diagnóstico mais recente do Ministério da Economia. As finanças estão no vermelho desde 2014 e seguirão nesse terreno até pelo menos 2023. No ano que vem, as despesas vão superar as receitas em R$ 149,6 bilhões, mas esse resultado ainda pode piorar nas próximas projeções porque, neste momento, o governo não consegue medir com precisão o impacto da pandemia do novo coronavírus na arrecadação em 2021.

Esses números constam do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2021, apresentado na quarta-feira (15) pelo governo ao Congresso. "Estamos estimando o oitavo ano de déficit primário em 2021. É algo inédito. Não tem similar na série histórica do Brasil e nem mesmo comparativamente no mundo. Pelo menos naqueles países em que há possibilidade de comparação direta", disse o secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues.

Para 2022, o governo espera déficit de R$ 127,5 bilhões. No ano seguinte, rombo de R$ 83,3 bilhões. O governo diz que fará todo o possível para mudar esse cenário, passada a crise da covid-19. "Mas há, sim, uma probabilidade de termos uma sequência de dez anos de déficit primário", reconheceu Waldery.

Diante das incertezas, o governo previu um mecanismo mais flexível para a meta fiscal do ano que vem e deixou a porta aberta para que o rombo possa ser alterado na própria formulação do Orçamento ou até mesmo durante a execução das despesas. A principal âncora da política fiscal será o teto de gastos, mecanismo que limita o avanço das despesas à inflação. Não será possível conceder novos benefícios tributários.

Redação com CNN/Brasil