30/04/2020

Presidente Bolsonaro dispara ¨metralhadora giratória¨ contra o ministro Moraes Presidente Bolsonaro dispara ¨metralhadora giratória¨ contra o ministro Moraes





Presidente começou a quinta-feira disparando ataques contra ministro do STF que suspendeu nomeação do novo diretor-geral da Polícia Federal


Pouco antes de embarcar em direção a Porto Alegre, onde participa nesta quinta-feira da passagem do Comando Militar do Sul, o presidente Jair Bolsonaro concedeu entrevista à Rádio Guaíba de Porto Alegre. Em sua fala, o chefe de Estado voltou a criticar o ato do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que decidiu suspender a nomeação e a posse de Alexandre Ramagem na direção-geral da Polícia Federal.

"Eu questionei o ministro do STF Alexandre de Moraes sobre a liminar que impediu o senhor Ramagem de tomar posse na Polícia Federal. O que eu cobrei dele? Que tome uma posição no tocante ao senhor Ramagem porque ele continua à frente da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e a agência é tão importante quanto à Polícia Federal. É a mesma coisa que eu falar para você que pode ser sargento do Exército, mas não pode ser da Aeronáutica, por questões pessoais. Estou cobrando dele, até porque eu respeito a Constituição e vou fazer de tudo para que ela seja valorizada. Agora, outros ministros e outras autoridades precisam fazer a mesma coisa. Tudo tem limite. Esta decisão do senhor Alexandre de Moraes, não engoli ela no dia de ontem, é uma afronta à pessoa do presidente da República", argumentou Bolsonaro. 

O presidente ainda citou que o ministro da Suprema Corte levou em conta a questão da impessoalidade para impedir a nomeação do diretor-geral da PF. "O senhor Ramagem eu conheci no segundo turno da eleições, depois da troca de delegados e de comando da PF. O quadro do senhor Ramagem é especialíssimo, é o que a PF tem de melhor. É uma pessoa que conversava comigo, que tomava café comigo. Daí, o senhor Alexandre de Moraes alegou questões de familiaridade. Estou cobrando do ministro uma posição se o senhor Ramagem pode continuar na Abin ou não, se ele deve ir para uma quarentena, se isolar, já que ele não serve para trabalhar pela nação. Se ele não serve para ser diretor da PF, não serve para ser diretor da Abin. É uma questão de coerência, até para evitarmos uma crise institucional. Não serei um presidente refém de decisões monocráticas de quem quer que seja", completou. 

Bolsonaro garantiu que irá recorrer da suspensão da nomeação. A declaração do chefe de Estado acabou desautorizando a Advocacia Geral da União, que anteriormente havia afirmado que não iria apresentar recurso. 

Redação com Agências