07/05/2020

BNDES vai emprestar R$ 4 bilhões a pequenos e micro empresários BNDES vai emprestar R$ 4 bilhões a pequenos e micro empresários





Com a pandemia dificultando ainda mais o acesso a crédito nos bancos por micro, pequenas e médias empresas (MPMEs), o BNDES decidiu recorrer aos canais digitais para que o dinheiro chegue à ponta. A instituição vai emprestar R$ 4 bilhões a esse público — inclusive microempreendedores individuais (MEIs) sem conta em banco — por meio de empresas de maquininhas de cartão, fintechs e até os chamados marketplaces, como apps de delivery ou sites de comércio eletrônico que abrem sua plataforma a varejistas menores. A ideia é que esses intermediários complementem a oferta com mais R$ 1 bilhão, fazendo com que a iniciativa empreste para até 100 mil MPMEs.

O BNDES lança hoje chamada pública para escolher esses intermediários digitais. Eles vão gerir fundos de crédito para liberar o dinheiro. Serão até dez fundos, divididos em dois perfis. Um deles terá como foco os empreendedores que vendem via marketplaces ou por meio de maquininhas, como um restaurante ou um ambulante que aceite cartão. Para esse público, os juros terão de ser menores que 3,5% ao mês, e o empréstimo, de até R$ 200 mil. Pelo menos três quartos das operações terão de ter prazo mínimo de nove meses.

A outra categoria de fundos emprestará para MPMEs em geral. Logo, uma fintech de crédito que não ofereça maquininha de cartão nem marketplace poderá dar o crédito. O empréstimo será de, no máximo, R$ 2 milhões, e pelo menos três quartos das operações deverão ter prazo de, no mínimo, um ano. Nessa modalidade, o juro final não poderá ultrapassar 4% por mês.

Mas, como o banco fará uma concorrência para selecionar os intermediários, a expectativa é que os juros fiquem abaixo desses patamares, segundo Filipe Borsato, chefe do Departamento de Gestão de Investimentos em Fundos do BNDES. Também serão levados em conta o impacto social, os prazos e as condições oferecidas nas propostas.

Nas últimas semanas, pequenos e médios empreendedores vinham reclamando da dificuldade de tomar empréstimos por meio de uma linha emergencial lançada pelo BNDES no dia 22. O empréstimo é intermediado por bancos, que captam os recursos com o BNDES e acrescentam juros à operação. Até agora, já foi emprestado cerca de R$ 1,7 bilhão a 143 MPMEs, ao custo final médio de 12% ao ano. Para os empresários, o custo final é elevado. Além disso, essa linha emergencial não consegue beneficiar empreendedores que não têm conta em banco.

Redação com O Globo