20/05/2020 Enquanto a pandemia causada pelo novo coronavírus atinge cada vez mais pessoas, a ciência vai em busca de uma vacina ou tratamento para a Covid-19. É o que estão fazendo pesquisadores de diversos países, incluindo o Brasil. Na Universidade Positivo, em Curitiba, cientistas investigam o poder de células-tronco mesenquimais em tratar casos graves da infecção causada pelo Sars-CoV-2. O projeto, desenvolvido pelo Centro de Processamento Celular (CPC) da empresa Curityba Biotech, reforça as múltiplas potencialidades do uso dessas células: elas têm a capacidade de reequilibrar as respostas imunológicas do organismo, além de possuir propriedades regenertivas. Elas também são capazes de promover a formação de novos vasos sanguíneos, o que é importante considerando que o vírus pode entupir veias, impedindo o fluxo de sangue pelo corpo. “O Sars-CoV-2 induz a produção de uma tempestade de substâncias chamadas citocinas. Essas citocinas podem prejudicar órgãos vitais e levar a danos irreversíveis, principalmente aos pulmões”, explica Moira Leão, doutora em implantodontia e diretora administrativa da Curityba Biotech, a GALILEU. “Mas as células-tronco podem neutralizar esse efeito, atuando como um medicamento biológico, adaptando-se às necessidades do paciente”, explica. Os cientistas acreditam que a terapia celular pode ser uma saída para quem atingiu a síndrome respiratória aguda grave, já que as substâncias anti-inflamatórias das células-tronco podem substituir as células afetadas pela doença e produzir células fortes, que são atraídas para o local afetado, auxiliando no reparo das lesões. “No caso da Covid-19, há fortes indícios de que as células-tronco podem recuperar até os alvéolos pulmonares”, afirma João Zielak, doutor em processos biotecnológicos e professor pesquisador da Universidade Positivo. A pesquisa ainda está em fase de captação de recursos para realizar os primeiros testes, mas já foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP). O orçamento de R$ 2 milhões compreende a inclusão de 30 pacientes que apresentam a síndrome aguda respiratória grave e será encaminhado para aprovação da Anvisa. “Acreditamos na viabilidade desse estudo, pois os resultados parecem ser muito promissores. Esse é um momento em que é preciso trabalhar com a saúde complementar, já que esse tipo de terapia pode dar esperanças para diversos problemas que os remédios comuns ainda não curam”, conclui Zielak. Redação com Galileu |