18/08/2020

Pode isso,Arnaldo? Maioria do STF restringe uso de helicóptero em operações policiais no RJ Pode isso,Arnaldo? Maioria do STF restringe uso de helicóptero em operações policiais no RJ







Oito dos onze ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) votaram para restringir a atuação de forças de segurança pública no Rio de Janeiro. Para os ministros, o governo deve usar helicópteros nas operações policiais apenas em casos excepcionais, com justificativa. Também deve ser evitada a realização de operações policiais em locais próximos a escolas, creches, hospitais e postos de saúde. Os ministros também concordaram que fica a cargo do Ministério Público investigar suspeita de envolvimento de policiais em crimes.

O julgamento está sendo realizado no plenário virtual do Supremo, em que os ministros postam seus votos em um sistema eletrônico interno, sem a necessidade do encontro entre eles. Outros três ministros ainda precisam apresentar seus votos. O julgamento termina à meia-noite desta segunda-feira.

A decisão que será tomada representa mais uma derrota do governo do Rio no STF. No início do mês, os ministros restringiram apenas a casos excepcionais a realização de operações policiais em comunidades do estado durante a pandemia do coronavírus. No caso do novo julgamento, as determinações devem valer também para depois da pandemia.

O julgamento dois dois casos foram realizados a partir de ações do PSB questionando a política de segurança pública do governador Wilson Witzel. No julgamento atual, também deve ficar decidida a proibição do uso de escolas ou unidades de saúde como base de operações das polícias civil e militar. E, ainda, a obrigatoriedade de agentes de segurança e profissionais de saúde preservem todos os vestígios de crimes cometidos em operações policiais.

Até o fim da tarde desta segunda-feira, tinham votado pelas restrições a políticas de segurança do Rio os ministros Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Marco Aurélio Mello, Rosa Weber, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e o presidente do tribunal, Dias Toffoli.

Os três últimos ministros deram votos em sentido ainda mais rígido. Eles defendem a obrigatoriedade de o governo estadual a criar um plano com o objetivo de reduzir as mortes causadas por confrontos de policiais. Esses ministros querem dar prazo de 90 dias para o governo Witzel entregar esse estudo ao STF.

Em seu voto, Gilmar Mendes afirmou que ficou demonstrada no processo “a existência da violação massiva e generalizada de direitos fundamentais de um número significativo de pessoas, no caso os direitos à vida, à integridade física e psíquica, à educação e saúde da população negra e que mora nas comunidades e nos subúrbios do Rio de Janeiro, em virtude da letalidade e dos excessos cometidos em operações policiais realizadas nessas regiões”.

Ele também escreveu que há “prolongada omissão das autoridades públicas para evitar a ocorrência dessa situação, já que os dados de letalidade policial vem se mantendo em níveis extremamente elevados durante vários anos”.

Redação com jornal Extra


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